A
ESPELTA
• Muito
adaptada ao clima mediterrânico, a espelta era o cereal por excelência
consumido pelos antigos etruscos e romanos – as suas origens levam-nos aos
Alpes, há mais de 9.000 anos. É um cereal rústico, de origem nórdica,
resistente ao frio, consumido há muito tempo, sobretudo nas montanhas (Alpes,
Ardenas, Apeninos).
• Durante a
Idade Média, a sua farinha era utilizada normalmente para confeccionar pão,
adicionada à farinha de centeio – a palavra farinha deriva de farina, farro
(espelta) em italiano.
•
Botanicamente pertence à família do trigo, mas as suas utilizações culinárias
particulares justificam que se considere como um cereal à parte dos outros
trigos - tem a particularidade de se poder comer em grão como prato principal,
como o arroz.
• Desaparecida
durante muito tempo devido ao seu escasso rendimento produtivo, a espelta está
actualmente revalorizada pelas suas propriedades nutricionais e por apresentar
menos reacções alérgicas no que diz respeito ao trigo comum.
• Ao ser a sua
casca muito difícil de eliminar, tem alta resistência a pragas e doenças, o que
faz deste cereal ideal para o cultivo ecológico, pela sua resistência natural,
sem necessidade de se recorrer a transgénicos nem a pesticidas.
• Existem várias variedades de
espelta – as mais tenras são as melhores para se consumir em grão. É de
natureza morna, tonificando a digestão. É muito útil, em pão, massas ou em
cuscuz. Em pão, a sua farinha pode eventualmente ser misturada com farinha de
trigo tenro, resultando um excelente pão.
PROPRIEDADES
• Tornou-se
moda, graças a uma monja alemã, Hildergard von Bingen, que curava doenças, já
no sec. XII, com dietas à base de cereais, parecidas com as actuais dietas.
• Foram muitos
os seus usos curativos – usa-se quando o estado do fígado afecta a esfera
digestiva, em especial em processos hepáticos crónicos ou em situações de
excesso de tensão e humidade. É ligeiramente secante.
• Em caso de
úlceras do duodeno (utilizar em massa o mais refinada possível, pois a fibra
pode fazer mal) – se a úlcera não estiver aberta -, gastrite ou gases de origem
tensional, diarreia, prisão de ventre, digestões fracas, colite e outras
desordens intestinais.
• A sua
principal característica nutricional é o seu poder antioxidante devido ao alto
conteúdo em selénio que se opõe à formação de radicais livres.
• Rica em
ácido silícico, um dos nutrientes mais necessários no nosso organismo, já que
forma parte dos nossos tecidos e órgãos e que, junto com o magnésio, melhora a
circulação sanguínea e o sistema imunológico.
• Tem um
conteúdo muito baixo em glúten, que, ainda que o faça muito mais digerível e
melhor tolerado no que diz respeito ao trigo por pessoas com pré disposição
alérgica, não o torna adequado a celíacos.
• Tem muito
pouca gordura e é rica em vitaminas dos grupos A, B, C, E, fibras e minerais,
entre os quais destacam-se o fósforo, o sódio, o cálcio, o potássio e o
magnésio.
• Nutritiva e
de fácil digestão é um óptimo regulador intestinal muito bom para as crianças a
partir do 7º mês de vida.
• Como os
outros tipos de trigo deve-se demolhar umas 12 horas antes de cozinhar. Pelo
seu lado, as massas alimentícias de espelta, são de fácil cozedura, saborosas e
bem aceites. Coze em 1 h a 1h30m.
• Muito rica
em magnésio, ajuda na dieta das pessoas idosas, ajudando a prevenir a
osteoporose e nutrindo o sistema nervoso – também tem boas quantidades de
ferro, fósforo, vitamina E e vitamina B (1, 2 e 3) e proteínas (ao conter os 8
aminoácidos essenciais, torna-se importante para vegetarianos e veganos).
• Como no caso
do Kamut, há muita gente que é alérgica ao trigo candeal e não o é à espelta.
Também é um trigo mais rico em nutrientes – proteína, gordura, fibras – que o
normal (candeal).
• 100g de espelta contém: 34% da
necessidade diária de vit. B3, 24% de B1, 43% de fibra dietética, 25% de ferro,
34% de magnésio e 149% de manganésio, 26% de cobre, 22% de zinco e 16% de
selénio.
AUTORES DE
REFERÊNCIA
• Clara
Castellotti
• Jorge Soler
• Claude
Aubert
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