Thursday, November 28, 2024

 


SEGURELHA

·      “Julga-se que o nome latino “satureja” se deve a Plínio e provém de “sátiro” animal mitológico, metade homem, metade bode, que pastava em prados de segurelha e tinha um apetite sexual insaciável. Portanto, é antiquíssima a sua reputação como afrodisíaco. Conta-se até que, na Idade Média, os hortos dos mosteiros e conventos não podiam ter segurelhas, a fim de se controlar a excitação de frades e freiras” – Miguel Boieiro.

·      Está apresentada, da melhor maneira, a segurelha – e espero que não se esgotem as sementes nos próximos dias …  – da família das lamiáceas que engloba muitas espécies de que, as mais conhecidas são a “Satureja montana” e a “Satureja hortensis” – a segunda sendo anual e mais suave, enquanto que a primeira é persistente e de sabor áspero. Ambas têm propriedades medicinais e gastronómicas basicamente idênticas.

·      As pessoas das aldeias da Beira Alta, da minha geração, lembram-se com certeza das belas sopas de legumes em que o feijão verde ou o “feijão engrolado” – ou “feijão enjoado”, como se diz cá para os lados de Leiria – e um raminho de segurelha eram obrigatórios.  

·      É uma erva aromática originária das regiões mediterrânicas, cuja essência lembra a hortelã e o tomilho mas mais apimentada. Contém um óleo essencial, rico em carvacol e cimol, taninos, fenóis, enzimas e vitaminas.

·      Medicinalmente é antiespasmódica, antisséptica, carminativa, estimulante, expectorante, depurativa, vermífuga, balsâmica e afrodisíaca.

Indicações

·      A infusão é boa para a flatulência estomacal e intestinal e para combater as bronquites, a fadiga crónica, a astenia e as cólicas, entre outros males.

·      A sua essência tem poderes bactericidas e antiparasitários.

·      Esfregada fresca nos locais do corpo picados por insectos, alivia a dor e o desconforto.

·      O seu sabor aromático levemente picante – que se mantém mesmo em cozeduras longas – faz dela um condimento precioso e especial em diversas comidas. O seu uso regular na cozinha leva à redução de sal e à diminuição da aerofagia resultantes do consumo de féculas e leguminosas – nos EUA é conhecida como a “erva do feijão”.

·      Utiliza-se finamente picada nos preparos: primeiro lavar os galhos em água corrente para remover as impurezas; depois deixar em solução antisséptica diluída em água por alguns minutos, seque e pique bem as folhas. Pode-se adicionar a segurelha no início ou no final das receitas, dependendo da intensidade do aroma desejado: quanto mais tempo cozinhando, mais suave o sabor.

Receitas

Infusão:

·      20 g de segurelha para 1 litro de água

·      Tomar 4 chávenas por dia

Aromatizar vinagre com segurelha:

·      Colocar dois ramos da erva num frasco; numa panela, ferver a quantidade de vinagre necessária para encher o frasco; colocar o vinagre fervido no frasco, tapar bem e guardar longe da luz. Espere duas semanas antes de usar.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

·      “As Plantas Nossas Irmãs” – Miguel Boieiro, 2018.

·      “Como plantar segurelha”

OUTRAS REFERÊNCIAS INTERESSANTES

·      https://viveirosabordefazenda.wordpress.com/2015/02/19/3068/

·      https://hortajardimnavaranda.wordpress.com/2014/06/18/ficha-de-planta-segurelha/



 


POEJO

·      O poejo é a Menta polegium, erva aromática muito conhecida na gastromia alentejana e nas terras da raia do distrito da Guarda.

·      Utiliza-se como planta medicinal, condimento alimentar e no fabrico de deliciosos licores que, diluídos em água, dão origem a bebidas refrescantes muito agradáveis.

·      É facilmente detetável pelo seu cheiro penetrante e agradável.

·      O poejo tem sido utilizado desde tempos primitivos como planta curativa de grande prestígio. Os romanos utilizavam-no como afrodisíaco e remédio contra o alcoolismo.

·      Actualmente continuam a ser muitos os povos atraídos por esta plantinha humilde mas bem cheirosa e em cada país se privilegia uma dada utilização: na Argélia, para acalmar as náuseas e impedir os vómitos; em Marrocos, para combater as infecções dos órgãos genitais femininos; na Rússia, para baixa a febre; em Espanha, como vermífugo; na Alemanha, contra a anemia; …

·      Podemos, pois, afirmar que o poejo possui propriedades: analgésicas, antiespasmódicas, carminativas, digestivas e tónicas. Tanto cura tosses rebeldes como favorece as digestões, como proporciona um bom elixir dentífrico e afasta o mau hálito, como debela a rouquidão ou um ataque de anginas, como alivia as crises dolorosas da espinha dorsal, como serve de tónico cardíaco.

·      “Tal como não há molhos sem sal, não existe um bom chá sem mentas” (Dr. Kunzle).

RECEITA DE CHÁ DE POEJO

·      Deitar 1 litro de água fervente sobre 15g de planta seca, ou 30g, em verde.

·      Deixar em infusão durante 15 minutos e coar.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

·      “As Plantas nossas irmãs” – Miguel Boieiro



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