OBESIDADE.
UMA DOENÇA GRAVE À QUAL DAMOS POUCA IMPORTÂNCIA E QUE ESTÁ NA ORIGEM DAS
DOENÇAS MAIS GRAVES !!!!
Por: Clara Castellotti
A maior derrota da medicina
nutricional é provavelmente a obesidade que, apesar dos medicamentos e das
novas dietas, continua a aumentar e os obesos que conseguem perder peso quase
inevitavelmente recaem e voltam a engordar.
Aqueles que têm excesso de peso
sofrem mais de doenças cardíacas, diabetes e muitos tumores.
Em teoria, basta comer pouco para
perder peso: a ciência alimentar afirma que por cada 7 calorias de que se
abdica à mesa se deve perder 1 g de gordura, mas na realidade as coisas são
mais complicadas.
O homem desde sempre enfrentou o
problema da fome, mas é apenas há algumas décadas que está enfrentando o
problema de ter demasiado para comer.
Quando emagrecemos, o corpo liberta
mecanismos de protecção que nos impedem de perder demasiado peso: tendemos a
reduzir o gasto de energia, reduzindo a actividade física, produzindo menos
calor e melhorando a eficiência metabólica. É como se o organismo se estivesse
a preparar para o pior. De facto, aqueles que decidem seguir uma dieta rigorosa
conseguem perder até vários quilos em poucos dias, mas depois, mesmo que
continuem com a mesma dieta pobre em calorias, não perdem mais peso, e para
manter o peso que ganharam, devem comer muito menos do que aqueles que sempre
tiveram esse peso. Pelo menos até o corpo se acomodar a um outro nível de
equilíbrio, mas isto pode levar tempo.
São sobretudo as gorduras que fazem
engordar. Com a paridade de peso, as gorduras fornecem mais energia do que os
hidratos de carbono e que as proteínas - 9 calorias contra 4 por grama - e
aqueles que comem mais alimentos gordos tendem a comer mais. Também quem come
muitas farinhas refinadas (pão, massas, etc.) e açúcares simples também tende a
engordar, especialmente se os associar com gorduras. De facto, os açúcares
aumentam os níveis eméticos da insulina, o que por um lado ajuda os açúcares a
serem queimados, mas por outro promove o armazenamento do excesso de gordura
nos tecidos adiposos. A solução é comer menos gorduras animais, menos açúcar,
mais vegetais, mais sementes e mais alimentos integrais. As gorduras vegetais
também engordam, mas uma dieta rica em azeite (e sementes) e peixe está
associada a baixos níveis de insulina. Os alimentos integrais ajudam a quem
quer perder peso, porque por um lado o teor de fibras, ao inchar no estômago e
intestino, dá uma sensação de saciedade, e por outro lado favorece uma absorção
lenta e gradual dos açúcares, evitando quedas nos níveis de glicose no sangue
(glicemia) que aumentariam a sensação de fome.
Quem em vez disso come farinhas e
açúcares refinados (o clássico pequeno-almoço de café com leite adoçado,
bolachas, compota, manteiga, marmelada, etc.) terá um rápido aumento da
glicemia que leva a uma rápida hiperprodução pancreática de insulina que, por
sua vez, faz baixar a glicemia, causando uma sensação de fome que leva ao
consumo de mais açúcares que, mais uma vez, faz subir a glicemia e, portanto, a
insulina, causando uma nova fase de hipoglicémia (o buraco no estômago do
meio-dia) e assim por diante, num círculo vicioso que pouco apouco leva à
obesidade.
Para quebrar este círculo vicioso e
manter o equilíbrio do organismo num peso mais baixo, não é suficiente seguir
uma dieta hipocalórica, mas é necessário começar a alimentar-se bem. Não é
necessário passar fome nem renunciar aos prazeres da mesa, mas é necessário
reeducar o próprio paladar (redescobrir os sabores simples) e afastar-se dos
hábitos corruptos da publicidade.
CLARA CASTELLOTTI - ECODIETA