Saturday, November 9, 2024

 


TRIGO KAMUT (KHORASAN)

O kamut é uma variedade de trigo que teve a sua origem no Egipto antigo. Foi aí cultivado durante milhares de anos até ter sido substituído por variedades de trigo com maior rendimento.

Esta variedade de trigo foi recentemente recuperada pela agricultura biológica, sendo uma cultura exclusiva deste modo de produção.

Há quem diga que o Kamut foi recuperado há uns anos nas pirâmides do Egipto, onde estava enterrado e esquecido em túmulos há vários milhares de anos, tendo ainda sido possível voltar a cultivá-lo.

É, com a espelta, um dos cereais mais antigos e antepassado dos modernos tipos de trigo. O Kamut, na realidade chama-se Khorasan, sendo Kamut o nome da fábrica que gere a sua produção.

Utilizava-se na antiguidade no Egipto, Síria e Iraque – o seu nome significa Alma da Terra, e, também, Pão. É mais saboroso – ainda que isso possa ser muito pessoal – que o trigo convencional já que tem menos quantidade de água e é mais rico em minerais.

O kamut é utilizado em muitas formas: grão, flocos, farinha, couscous, massas alimentícias – as massas feitas com esta variedade de trigo dispensam a utilização de ovos pois este cereal contém uma percentagem superior de proteínas e o seu glúten é da melhor qualidade.

É um trigo não híbrido, puro, muito menos alérgico que o trigo normal. Segundo alguns investigadores, aproximadamente 2/3 das pessoas que têm alergia ao glúten, não a têm a esta variedade de trigo. Uma forma recomendável de o consumir é na forma de massa alimentícia.

Do mesmo modo que o trigo, a sua riqueza em hidratos de carbono dá-nos um bom nível de energia contínua ao longo do dia. Em relação ao trigo comum, tem mais proteínas (20 a 40%) e 65% mais de aminoácidos, mais vitamina E (30%), zinco, selénio e magnésio – além disso, produz menos alergias já que não é um híbrido. É rico em lisina, normalmente escassa nos cereais. Tem um destacado efeito antioxidante graças ao seu conteúdo em selénio e vitamina E, importantes no caso de problemas cardiovasculares, já que ajudam a evitar a oxidação do colesterol.

O seu conteúdo em gordura é maior que no trigo comum, sendo polinsaturada do tipo Omega 6. O trigo Kamut, de natureza quente e seca, é hipoalergénico (causa menos reações alérgicas) e é produzido exclusivamente na agricultura biológica, devido à sua especial característica de não necessitar de fertilizantes químicos e pesticidas.

Ideal nas dietas para doenças do coração, hipertensão, hipercolesterolemia.

100g de Kamut, fornecem: 43% da necessidade diária de fibra, 39% de vit. B1, 31% de vit. B3, 25% de ferro, 34% de magnésio e 143% de manganésio, 26% de cobre, 25% de zinco e 99% de selénio.

AUTORA CONSULTADA

·      Clara Castellotti




 


O TRIGO COMUM

Acredita-se que o trigo, juntamente com a cevada, foram os primeiros cereais a serem cultivados pelo homem.

No paleolítico, lá para as bandas do rio Tigre superior (Mesopotâmia), já se comia trigo, e embora fosse ainda trigo selvagem, foi suficientemente inspirador para gerar povoados que acabariam por encorajar os seres humanos a viver no local onde ele crescia.

Assim, o cultivo do trigo, tornando-se uma prioridade, contribuiu para o abandono do nomadismo, influenciou o comércio, as crenças espirituais e quase todos os aspectos da vida do ser humano.

É originário da velha Europa, Ásia e Próximo Oriente. Na antiguidade era mais raro que a cevada ou qualquer outro cereal e era reservado para os dias de festa, ocasiões especiais, salvo nas classes sociais ricas que o pudessem pagar como parte da sua dieta quotidiana. Atualmente é cultivado no mundo inteiro e tornou-se o cereal mais cultivado no mundo.

O trigo, suplantou, pois, quase todos os outros cereais cultivados na Europa para a alimentação humana – as razões não são nutricionais, pois o trigo não é mais nutritivo que outros cereais, mas sim razões sociais: possibilidades culinárias muito variadas, prestígio ligado ao pão – o trigo é o pão, mas também é o bulgur, o cuscuz, as massas, os chapatis, as pizzas, as tartes e muitas outras preparações.

Em forma de grão, farinha, massas e pão, foi a base da alimentação nos países mediterrânicos durante séculos.

É habitualmente consumido em forma de farinha e cuscuz. Integral, é preferível utilizar a espelta, porque é mais ligeira e digerível. Os derivados do trigo são bastante versáteis, em geral cozem rapidamente e são bastante saborosos quando cozinhados com vegetais.

É o cereal por excelência do nosso país e da maioria dos países europeus, sendo geralmente utilizado sob a forma de pão ou massas. Pode ser confeccionado na sua forma integral, em grão e é particularmente saboroso quando cozinhado com feijões. As massas de trigo são um excelente alimento para quem necessita de energia rápida ou para quem tem pouco tempo para cozinhar, além de que ajudam a adquirir uma maior flexibilidade.

CATEGORIAS DE TRIGO

O trigo divide-se em várias categorias:

O trigo duro, contém mais glúten que os trigos tenros e é cultivado principalmente para fazer pão e massas alimentícias (às tiras, macarrão, esparguete, udon, etc.).

O trigo tenro, é mais rico em hidratos de carbono e servirá para a pastelaria e a sua farinha poderá ser misturada à farinha do trigo duro.

O trigo de Verão, é o trigo semeado na Primavera e colhido no Outono.

O trigo especial para a pastelaria é uma variedade de trigo de Primavera, pobre em glúten e é utilizado sob a forma de farinha para a pastelaria e para os crakers.

O trigo de Inverno, é semeado no Outono, germina sob a neve do Inverno e é colhido na Primavera. É do mesmo tipo do trigo de pastelaria, pobre em glúten, de que se fazem os bolos e as galetes. Uma outra variedade de trigo de Inverno é o “Durum”, também pobre em glúten é ideal para fazer massas alimentícias.

O trigo é igualmente classificado pela cor: vermelho, branco, dourado e prateado.

Estas diferentes classificações não se excluem umas às outras – por exemplo: uma variedade reputada na panificação é chamada de “trigo duro vermelho de Inverno”.

VARIEDADES DE TRIGO:

  • TRIGO INTEGRAL OU TRIGO CANDEAL
  • ESPELTA OU FARRO
  • KAMUT OU KHORASAN

DERIVADOS DO TRIGO

·      BULGUR – trigo duro germinado, pré-cozido, seco e partido.

·      CUZCUZ – sêmola de trigo duro húmido, esfregado entre as mãos para o granular e depois seco. É o prato nacional dos países do Magreb (Argélia, Tunísia, Marrocos).

·      CHAPATIS – pão típico da culinária indo-portuguesa (Goa, Damão, Diu), preparado com uma farinha integral especial da Índia, denominada chapati.

·      MASSA – sêmola de trigo duro mais água. É a maneira italiana de comer trigo, embora não tenha sido inventada por eles. Foi introduzida em Itália no sec. XIV por Marco Polo. As pizzas simbolizam a cozinha italiana do Sul.

·      TRIGO GERMINADO – considerado por todas as escolas de alimentação saudável, como um excelente alimento. É extremamente rico em vitaminas. É consumido em saladas ou misturado com outros almenos crus. Come-se geralmente ao pequeno-almoço, misturado com frutas, queijo branco ou nozes.

·      NO ORIENTE, o trigo é tradicionalmente utilizado para a confecção de massas alimentícias – as massas feitas unicamente com trigo são chamadas de udon no Japão e de miàn, min ou mien, na China. Uma variedade de massas alimentícias de trigo mais ligeiras chamadas somen está igualmente disponível, mais adequadas nos países quentes. As massas compostas principalmente por trigo sarraceno com uma pequena proporção de trigo são chamadas de soba.

·      “SEITAN”, GLÚTEN DE TRIGO OU “CARNE VEGETAL” – produto derivado da farinha de trigo que é cozido num caldo composto de alga Kombu, tamari (molho salgado de soja, resultante do fabrico do miso) e água. Possui um rico sabor e presta-se para para a confecção de uma variedade de pratos que vão dos estufados e croquetes às sopas, saladas e “bifes”. Produto de base da cozinha Zen, é actualmente conhecido no ocidente onde se tornou popular sob a forma de cereal-hamburguer e de croquetes como substituto do hambúrguer de carne e de outros pratos à base de produtos animais. Pode ser feito em casa, utilizando farinha de trigo e separando o amido e o farelo do glúten. É preferível utilizar o trigo de Primavera, mais doce, para o seu fabrico. Cria calor e humidade.

·      “FU” – é outro derivado do trigo, similar ao seitan e é obtido a partir do glúten de trigo que foi tostado, cozido no vapor e seco. De consistência ligeira, o fu absorve os líquidos e aumenta várias vezes de volume quando coze. Pode consumir-se só, adicionado às sopas e aos estufados ou cozido ao mesmo tempo que outros alimentos. Pode ser preparado em casa ou comprado em casas de produtos naturais.

PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS, ENERGÉTICAS E NUTRICIONAIS

É altamente proteico e refrescante. Regenera e tonifica o fígado, tonifica o coração e tem um efeito positivo sobre as massas musculares.

É benéfico para a anemia, arteriosclerose, depressão, pessoas com muito dispêndio de esforço físico e indicado para o intelecto. Deve ser evitado por doentes com problemas digestivos sérios e outras doenças graves

É de natureza fresca, pelo que acalma a mente, ajuda a relaxar e pode usar-se terapeuticamente em caso de insónias, palpitações, irritabilidade, transtornos relacionados com a menopausa e irritabilidade emocional.

Também ajuda a ganhar peso (e gordura) e no crescimento – sendo adequado para as crianças e pessoas frágeis.

Benéfico para as crianças – é muito rico em minerais como o cálcio, magnésio, sódio, potássio, enxofre, flúor, silício, zinco, manganésio, cobalto, cobre, iodo; contém vitaminas A, B1, B2, B12, E (no gérmen), K, D e fermentos – é um verdadeiro “ovo vegetal”, já que contém todos os elementos necessários para o nosso organismo e é indispensável para o crescimento regular e equilibrado da criança e adolescentes. A sua introdução, após o desmame, deve ser feita paulatinamente, esperando até que a criança o possa digerir – se o trigo se introduz muito cedo, pode provocar intolerância ao glúten. Depois do 6º ou 7º mês este inconveniente desaparece e pode começar-se a introduzir o trigo em forma de farinha tostada, massas ou galetes biológicas adoçadas com geleias de cereais (malte de arroz, trigo, milho, cevada) ou com sumos de fruta.

AUTORES CONSULTADOS

·      Claude Aubert

·      Clara Castellotti

·      Patrícia Restrepo

·      Aveline e Michio Kushi

·      Francisco Varatojo

·      Jorge Pérez Calvo

 

 




INSENCIBILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE

E O CAMINHO DO “DO”

A nossa vida deve passar por diferentes tipos de experiências. Algumas são escolhidas por nós e outras chegam-nos inesperadamente. A vida não é linear, está sujeita a ciclos, altos e baixos, entradas e saídas, alegrias e infortúnios. Todos nós passamos por estas mudanças ao longo da nossa experiência vital.

É algo inevitável. Passamos por invernos e verões, tempos de fartura e tempos de escassez, períodos de exuberante vitalidade física e períodos de penosa debilidade. Ou seja, experimentar a saúde e a doença é algo por que todos nós passamos ou teremos de passar. Realmente aprendemos mais durante a doença do que durante a saúde. A experiência da doença é imprescindível para evoluirmos, para nos aproximarmos da sabedoria. Na vida há tempos de calma e tempos de crise. Yin e yang outra vez. Alternam-se eternamente e chegam a todos nós, quer acreditemos nelas ou não. O tempo da saúde é um tempo "positivo" de calma e confiança. Sentimos segurança. Mas o tempo da doença é um tempo de crise, é universalmente considerado "negativo" já que a nossa vida e a nossa segurança estão ameaçadas. Por isso quase todas as pessoas não querem ter nada a ver com estas experiências difíceis. É uma reação emocional normal e compreensível. Cegos pelas suas emoções nobres, muitos médicos e terapeutas declaram guerra às doenças e trabalham duramente para combatê-las e é sua intenção exterminá-las dentro do possível. Na sua maneira de conceber a vida, acreditam que esta é a melhor maneira de ajudar a humanidade.

Mas isso implica retirar um dos pólos da realidade. E isso é impossível.

Todos nós preferimos os testes fáceis aos difíceis, o "bom" professor que nos ajuda a passar no exame. Mas se numa universidade todos os exames e testes fossem fáceis, os aí doutorados seriam os piores classificados e fracassariam na sua área de acção e prejudicariam os seus clientes. Os grandes académicos foram formados nas universidades mais prestigiadas, onde os exames são muito difíceis e as exigências muito grandes.

O difícil não é agradável, mas é necessário para atingir a mestria em qualquer domínio. A nossa vida é como um pequeno barco no meio do mar que sobe e desce com as ondas. Quando estamos na crista da onda, sentimo-nos fortes e seguros, mas quando nos precipitamos para o fundo, sentimos medo e perigo. E ninguém quer este lado negativo da realidade. Saúde e doença, calma e incerteza, segurança e perigo, amigos e inimigos, estabilidade e instabilidade laboral são os picos e os vales que todos devemos experimentar. Não é opcional. Somos obrigados pelo simples facto de existirmos num mundo dual, mutável e imprevisível.

A nossa compreensão limitada e a lógica reação emocional,

leva-nos ao dualismo: amar o cume e temer o vale.

Assim, amamos a saúde, a paz, a segurança e os amigos, e declaramos guerra à doença, combatemos os inimigos, evitamos os riscos e condenamos a insegurança. E este modo de pensar dualista não nos ajuda a evoluir nem a amadurecer espiritualmente. É como amar o Verão e odiar o Inverno ou considerar o dia como uma bênção e a noite como algo que deve ser temido. As crianças temem o escuro.

Mas ambos são essenciais e ambos deveriam ser tempos positivos. Se formos dualistas, só seremos felizes com 50% das experiências. Sofreremos metade do tempo e metade das experiências. O yin é bom e o yang é mau? Inspirar é bom e expirar é mau?

É absurdo. Quando alargamos a nossa consciência, vemos que tudo tem a sua razão de ser e que por trás do aparentemente negativo se esconde um diamante de grande valor. Então, a saúde é o bom e a doença é o mau?

O médico dualista dedica-se a lutar contra a doença. O médico monista esforça-se por fortalecer a saúde, utilizando a motivação e o impulso que surgem da tomada de consciência que aparecem durante a doença. Se não fosse a doença ninguém poria fim aos seus abusos. A doença obriga-nos a refletir, a rever o nosso modo de vida e a qualidade do nosso pensamento.

É a única coisa que nos obriga a deter na corrida louca em direção a esses prazeres que nunca serão satisfeitos. É evidente que a doença tem um grande perigo e pode acabar com a vida. Mas ainda assim, é a única possibilidade de se fazer uma verdadeira revisão e de se renascer numa vida esclarecida e de maior sabedoria. Não devemos ter medo da doença, embora tenhamos de estar conscientes do seu perigo. As pessoas muito fortes abusam durante toda a sua vida. Comem, bebem e satisfazem-se com tudo o que querem sem se preocuparem com os limites. Gabam-se de nunca ficarem doentes e troçam daqueles que "se cuidam".

Não só abusam eles próprios como promovem o abuso e encorajam os outros a segui-los. Como possuem uma forte resistência natural, herdada, não sentem os efeitos tóxicos das suas práticas habituais. São insensíveis.  Os médicos insensíveis encorajam os seus doentes a comer carne, a beber leite, a tomar bebidas com cola para fornecer potássio, a beber muita água para "lavar os rins" e comer muita fruta para fornecer vitaminas. Como estas coisas não os incomodam, acreditam que às outras pessoas lhes farão o mesmo que a eles. Prescrevem medicamentos fortes como algo habitual, considerando que os efeitos secundários são mínimos (estatisticamente). Baseiam-se em estatísticas. Se 90% das pessoas toleram bem uma determinada medicação, então é quase inócua. Os restantes 10% devem ser hipocondríacos, pelo que não lhes prestam muita atenção e ignoram as suas queixas ou encaminham-nos para um psiquiatra.

A pessoa insensível abusa até ao limite da sua resistência. Como nunca teve de pôr limites a si próprio, quando chega a altura de o fazer, descobre que, por falta de treino, é incapaz de se disciplinar e tem de pagar todas as facturas em atraso. É tão grande o trabalho para se sensibilizar e tomar consciência que esta tarefa acaba por ser agoniante. É o destino dos privilegiados com uma constituição demasiado resistente. No outro extremo estão os susceptíveis. Estas pessoas são demasiado frágeis e hipersensíveis. É o que se verifica frequentemente entre os vegetarianos ou as pessoas muito orientadas para o "natural".

A diferença entre o insensível que goza despreocupadamente, o susceptível ou o hipersensível sofre porque tudo lhe "cai mal". Vive cuidando-se, avalindo tudo o que ingere, evita as "radiações" da TV ou do computador, foge das pessoas temperamentais ou com "más vibrações". A sua vida é muito limitada, porque a sua exagerada sensibilidade circunscreve-o apenas a ambientes "saudáveis". São muito débeis, alérgicos a quase tudo. São hipocondríacos porque se observam excessivamente. Yin e yang outra vez. Susceptíveis e insensíveis.

O termo mais saudável seria o ponto de equilíbrio. A sensibilidade fisiológica. A pessoa sensível, sente quando está a intoxicar-se e modera-se naturalmente. Mas se porventura ou por opção tem de enfrentar um ambiente ou uma experiência "tóxica", suporta-o perfeitamente. Confia na sua capacidade de autorrecuperação e na sua resistência. Confia na sua força, mas não abusa dela. Entrega-se a prazeres, mas percebe quando está a começar a prejudicar-se. Se o médico fôr suscetível, poderá transmitir os seus excessivos medos ao doente e este permanecerá mais ou menos doente. Quase

todos temos tendência a identificarmo-nos com um destes dois extremos. Precisamos de recuperar a nossa sensibilidade para não cairmos num ou noutro. Só assim recuperaremos a nossa liberdade e alcançaremos a verdadeira saúde. Além disso, seremos os seus promotores. A verdadeira sensibilidade não se herda. Conquista-se. Temos de ter uma visão mais sensibilizante da vida. Ter uma alimentação de qualidade, fazer exercício, meditar, estudar e perseguir objectivos nobres que beneficiem todos.

Trata-se de cultivar a sabedoria. Lamentavelmente esta não se ensina nas escolas normais, pelo que devemos auto educar-nos e associar-nos a outros que tenham o mesmo empenho. Isto ensinava-se nas escolas “Do” no Japão ou noutras culturas antigas, como a Ayurveda dos Hindus.

No Taoísmo, ensinava-se esta via através do estudo do yin e do yang, as duas forças primordiais da vida. E a disciplina conhecida como macrobiótica é uma versão moderna deste ensinamento. Não é boa nem má, nem melhor nem pior do que outras escolas. É uma via, um caminho. Cada um deve, quando sentir que é o momento, percorrê-lo com as melhores expectativas. E da sua compreensão, vontade e progressos dependerão os resultados mais ou menos felizes. Àqueles que se aventurem no caminho do “Do”, desejo-lhes uma vida plena !!!!

Dr. Martín Macedo, Uruguay - 2013.



 


OS PILARES DE UM ESTILO DE VIDA MACROBIÓTICO

IN: https://www.macrobioticamediterranea.es/archivos/

Algumas das coisas que fazemos ao longo do dia condicionam o conteúdo da nossa experiência. Há uns dias, constatei que se fizesse duas ou três coisas específicas diariamente, tudo o resto correria melhor. Quais eram essas coisas?

1. DORMIR

Apercebi-me de que, se dormisse 8 horas por dia, o meu humor melhorava, a minha concentração e a minha lucidez permitiam-me realizar o meu trabalho com mais eficácia, o meu corpo chegava recuperado à sessão de treino seguinte. No início do dia, ou seja, nos primeiros momentos depois de abrir os olhos, tinha uma sensação geral de bem-estar difícil de verbalizar. Lembro-me dessas sensações da minha infância e agora elas voltaram.

2. FAZER EXERCÍCIO

O exercício físico, no meu caso a musculação, estabiliza o meu estado de ânimo, permite-me passar mais horas a estudar, abre-me o apetite, a minha digestão melhora, mesmo nos momentos de cansaço há bem-estar, o bem-estar de um corpo cansado que se deixa descansar. Através do exercício físico treino a minha força de vontade, porque cada repetição, cada série, cada exercício significa ter de responder a uma pergunta: Até onde queres chegar?

3. CUIDAR DA DIETA

Quando cuido da minha alimentação, há mais equilíbrio e estabilidade em muitas outras áreas: nas relações pessoais, no meu humor, nos meus pensamentos e emoções, no meu organismo. Para mim, cuidar da dieta significa comer cereais, legumes, leguminosas ... as recomendações gerais da macrobiótica e mais alguns ajustes para o meu caso particular.

Quando é que negligencio a minha alimentação?

·      Quando por trabalho ou falta de organização salto refeições.

·      Quando ingiro açúcar refinado em doces ou outros alimentos.

·      Quando me deixo levar por um apetite voraz.

·      Quando tento compensar emoções negativas com a comida; como demasiado, como demasiado depressa ou sem mastigar correctamente.

·      Quando janto demasiado tarde.

·      Quando, devido às pressas, não preparo um lanche para passar a manhã ou a tarde e não como de todo ou agarro a primeira coisa a que consigo deitar a mão.

·      Quando não bebo a quantidade certa por causa das distracções.

Ao aperceber-me que estas práticas permitiram mudanças nos outros conteúdos da minha vida, concentrei-me em fazê-las bem. Já não preciso de me preocupar com muitas coisas, apenas me concentro em três: dormir, fazer exercício e ter cuidado com o que como.

Estas três coisas permitem-me ter paz, um bom estado de espírito, sensação de bem-estar, concentração e lucidez.

À medida que domino estas 3 áreas, a minha atenção pode voltar-se para outras áreas que trazem ainda mais equilíbrio. Algumas das que me vêm à cabeça podem ser: meditar, passar mais tempo com as pessoas que amo, passear no parque, na praia ou na montanha, escrever um diário ....

Quais são os pilares da sua vida?



  O que ao santo reza, do santo come Elena Corrales -   Salud 6 fevereiro, 2023 https://www.elenacorrales.com/blogelenacorrales/el-que-a...