Tuesday, June 20, 2023

 


“ALIMENTOS TRADICIONAIS

Martín Macedo, Uruguay

Quando um povo se esquece da sua cozinha tradicional,

começa a declinar.

COMPREENDENDO O NOSSO PASSADO,

PODEMOS COMPREENDER QUEM SOMOS HOJE.

Todos nós necessitamos de conhecer as nossas origens, quem foram os nossos antepassados, onde viveram, que faziam e quais eram as suas virtudes e os seus defeitos.

A nossa identidade e dignidade como seres humanos depende em grande parte em saber de onde viemos. O passado é fundamental. Também é importante o futuro, para onde vamos e o que esperamos alcançar na vida. O nosso presente é o resultado do encontro entre esses dois mundos. O grande desenvolvimento da humanidade actual depende em grande medida das experiências acumuladas durante centenas de gerações. Todos esses esforços, sucessos e erros permitiram o actual avanço do conhecimento e da cultura.

Os usos tradicionais não são resposta a simples caprichos ou simplesmente uma consequência dos costumes. O ser humano aprendeu, após uma longa luta, o que é melhor para ele.

A capacidade formidável do conhecimento científico deslumbrou o homem moderno, levando-o a menosprezar e a considerar o antigo ou o tradicional como obsoleto ou “atrasado”.

No entanto, durante milhares de anos os seres humanos mantiveram-se fiéis a certas tradições porque a experiência lhes indicou que era o mais adequado.

Existe uma tradição no que diz respeito aos alimentos. Cada cultura tem a sua tradição e parte dessa tradição reflecte-se nos seus hábitos alimentares. Os alimentos básicos das grandes culturas permitiram, de alguma maneira, o grande desenvolvimento das mesmas. A crença tradicional leva à convicção de que de alguma maneira a peculiaridade e a força de um povo sustenta-se em grande parte na vitalidade que brota das suas comidas típicas. A civilização Egípcia e Judaico-cristã fez do trigo e seus derivados (especialmente o pão) a base da sua dieta. O pão é a base, o alimento fundamental, a tal ponto que se lhe deu valor religioso. No Extremo-Oriente, ocorre um facto similar com o arroz. As culturas Inca e Maia fizeram do milho o seu alimento divino. Esta é a tradição.

A experiência acumulada durante milhares de anos, levou os povos a perpectuar os costumes alimentares, entendendo que destes, depende a força e a grandeza que os têm caracterizado.

Penso que os cereais como o arroz, o trigo, a cevada e o milho (integrais, como se consumiam antes da generalização das máquinas polidoras no sec. XVIII) são os alimentos principais que as grandes civilizações nos mostram como correctos para a Humanidade. Deveríamos levar a sério o que nos ensinam os antigos. Quando um povo esquece a sua cozinha tradicional, começa a declinar. Entra em plena confusão e as doenças físicas e mentais propagam-se com grande rapidez. O espírito tradicional está vivo no coração dos simples grãos de trigo ou de arroz. Uma força mágica oculta-se nos modestos grãos. Durante milénios o homem recebeu directamente esta vitalidade mágica e sobreviveu com grande coragem e espírito de superação. Actualmente refinamos os grãos e ao fazê-lo estes perdem uns 50% do seu grande potencial vital.

Em trezentos anos, perdemos o gosto pelos pratos antigos e nutrimo-nos com produtos criados pela indústria que apenas procura vender grandes volumes das suas invenções “nutritivas”.

Nutrir não é só fornecer calorias e vitaminas. Há uma força vital subtil, ancestral, poderosa nos alimentos originais.  

A nossa grande capacidade só funciona optimamente se respeitarmos esta ordem tradicional. Quando o homem regressa a uma alimentação baseada em cereais e pratos tradicionais, encontra todo o seu potencial físico e mental. A grandeza da humanidade depende em grande parte destas simples tradições. O nosso ADN é o resultado de milhares de anos de evolução, bem como o ADN dos cereais naturais. Se os esquecermos, esquecemo-nos das nossas origens. A nossa força como humanos declina e somos presa fácil dos vírus e bactérias. Os nossos sistemas imunológicos só funcionarão com grande capacidade se cada célula for sustentada pela vitalidade formidável cristalizada nos alimentos correctos para o homem.

Cada espécie tem um alimento correcto – se se alimentar com ele a sua força natural é praticamente ilimitada.

A natureza utiliza os alimentos como canais para nos conectarmos com as imensas forças do universo. Se não comemos morremos. Se nos afastarmos da ordem e comermos “de tudo” receberemos força vital, mas com certa distorção. Se comermos o alimento justo, ajustar-nos-emos aos ritmos universais e projectaremos a vitalidade ilimitada que é nosso destino manifestar. Os grandes homens e mulheres da antiguidade fizeram-no.

Porque não nós, homens e mulheres do século XXI ? “                                                                         

  O que ao santo reza, do santo come Elena Corrales -   Salud 6 fevereiro, 2023 https://www.elenacorrales.com/blogelenacorrales/el-que-a...