Monday, May 12, 2025

 


Sopa de miso clássica

Por: Dr. Jorge Pérez-Calvo

IN: REVITALIZATE!

Las mejores recetas de la cocina energética

RBA INTEGRAL, 2013

PRIMAVERA, OUTONO, INVERNO

Efeito RECONSTITUINTE (*)

Tempo de preparação: 5 minutos

Tempo de cozimento: 20 minutos

Ingredientes para 4 pessoas:

·      1 cebola cortada fina

·      1 cenoura em meias rodelas

·      1 folha de couve cortada bem fina

·      5 cm de alga wakame, demolhada e cortada em pequenos troços

·      1 litro de água ou caldo de vegetais ou caldo de peixe

·      1 colher de sopa (CS) de óleo de sésamo ou de azeite prensados a frio

·      1 CS rasa de miso de cevada, não pasteurizado, e salsa fresca picada

Preparação:

1.    Aquecer uma panela com um pouco de óleo, juntar a cebola e salteá-la durante 5 minutos com uma pitada de sal.

2.    Adicionar a couve, a cenoura e a alga. Cobrir com a água e ferver, meio tapada, durante 15 minutos em fogo suave.

3.    Diluir o miso com um pouco do caldo. Adicionar à sopa e deixar cozinhar com fogo no mínimo, sem que ferva, durante 3 minutos.

4.    Servir quente com salsa fresca bem picada.

Variantes:

·      Esta é uma versão Outono-Inverno da sopa de miso básica: para que dê mais calor interior, juntar umas gotas de gengibre fresco ralado e espremido, no final do cozimento.

·  Na Primavera-Verão, podemos fazê-la mais ligeira, deitando directamente os vegetais cortados na água a ferver, em vez de os saltear em óleo e fervê-los apenas 8 a 10 minutos. E em pleno Verão é deliciosa fresquinha, servida com rebentos de alfafa, cubos de pepino e uma rodela de limão.

·      Utilizar os vegetais de estação: aipo, alho francês, nabo, abóbora, funcho, ...

·      A quantidade padrão de miso é de meia colher de chá por taça de sopa – para que fique saborosa, nem salgada nem insossa.

·      Podemos incluir leguminosas cozidas como lentilhas, azukis, grão-de-bico, ...

·      Também podemos juntar sobras de arroz, millet ou bocadinhos de tofu.  Alguns pedaços de mochi no forno ou passados pela sertã, são um complemento ideal para sopas de Inverno.

·      Dependendo das pessoas, pode-se adicionar um cogumelo de shitake ou um pouco de daikon seco – ambos previamente demolhados durante 30 minutos.

Propriedades:

Tonifica a energia, mineraliza e alcaliniza o sangue, activando a circulação e eliminando o cansaço.

Tem importantes propriedades antirradiactivas e elimina metais pesados. Potencia a digestão e os rins.

O cogumelo shitake ajuda a relaxar e a desintoxicar o fígado, elimina tensões e ajuda a eliminar a proteína animal acumulada no corpo.

O daikon, nabo seco ralado, ajuda a eliminar gordura e excesso de líquidos do corpo. Também diminui o nível de colesterol e de triglicéridos no sangue e combate a arteriosclerose.

(*) Efeito reconstituinte

·  Receitas reconstituintes e que aumentam os fluídos e a substância básica dos órgãos e do corpo.

· Ajudam a aumentar a massa corporal e muscular e facilitam a recuperação depois de doenças ou episódios de stress, nos quais houve uma diminuição da substância corporal e, claro, uma diminuição de defesas e da resistência do corpo.

·   São pratos bons para a convalescença a seguir a alguma doença (esse excelente costume perdido) ou para as pessoas que têm a tendência para emagrecer em excesso e custa a recuperar peso.

·     Também são receitas adequadas para desportistas ou pessoas que sofrem importantes desgastes. Junto com os pratos que fortalecem a digestão, ajudam a combater a anemia.



Wednesday, April 30, 2025


 MORANGUEIRO - por: Miguel Boieiro

Entre a extensa e variada literatura que existe sobre os morangos, escolhi o Caderno Naturista da coleção “Alimentos que Curam”, dirigido por Nicolas Capo do Instituto de Trofoterapia de Barcelona, publicado em 1971, na sua 2ª edição. Logo na capa do pequeno caderno escreve o ilustre Professor: O morango é muito medicinal e rico em vitaminas. Convém aos doentes do fígado, rins, estômago, da prisão de ventre, reumatismo, gota, anemia, doenças dos ovários, etc. É um manjar dos deuses, morangos com mel e natas; embeleza o rosto e a pele e é um elixir de juventude.
Parece estar tudo dito para que os morangos sejam mimados. Vamos, no entanto, aduzir mais alguns ensinamentos.
Acontece que a Fragaria vesca, espécie silvestre euroasiática é uma herbácea perenifólia e estolonífera (com rizomas) da família das Rosaceae. Tem folhas tripartidas, com margens dentadas, levemente pilosas na parte de baixo. As flores hermafroditas, com cinco pétalas obovadas, são brancas e, por vezes, rosadas. A polinização é feita por insetos, principalmente por abelhas e o período de floração é longo. Dizem os especialistas que o morango é tecnicamente um pseudofruto já que provém de um recetáculo floral desenvolvido que apresenta pequenos pontos verdes ou pretos e que são esses os verdadeiros frutos. A multiplicação da planta faz-se essencialmente através de estalões (guias) enraizados.
A tal Fragaria vesca com frutos muito pequenos, após sucessivas manipulações e cruzamentos genéticos originou as espécies híbridas que encontramos nos mercados. Há hoje mais de 20 espécies com ampla distribuição em zonas temperadas e subtropicais. Julga-se que a Fragaria x ananassa é a que gera morangos maiores e mais carnudos que não são necessariamente os melhores, mas como os olhos comem primeiro…
Os morangos contêm vitaminas B5, B6 e C, betacaroteno, fósforo, potássio, cálcio, ferro, selénio, magnésio, ácido fólico, cítrico e málico, pectinas, fibras, hidratos de carbono, antioxidantes…
Entre as propriedades medicinais, para além das já mencionadas, refere-se que são estimulantes do apetite, diuréticos, antirreumáticos, alcalinizantes, auxiliares da circulação sanguínea, fortalecedores dos ossos, redutores dos problemas cardiovasculares, têm ação anticancerígena, etc.

A infusão das folhas alivia inflamações e catarros respiratórios e em gargarejos afasta o mau hálito.

O “chá” das raízes é bom para debelar problemas da boca e da garganta.

Os morangos amassados fornecem ótimas cataplasmas para curar chagas, feridas e queimaduras.

Em banhos de imersão são calmantes. Entram também na elaboração de cremes para a cútis, reduzindo manchas e sardas.
Na culinária, especialmente na doçaria, os morangos são altamente versáteis. O professor Capo elenca no seu caderno algumas dezenas de receitas naturistas, recomendando que não convém comer morangos como sobremesa e não se devem misturar com hortaliças, saladas, gorduras, fritos, vinagre e bebidas alcoólicas.
Acrescente-se que as folhas tenras do morangueiro são comestíveis.
A terminar, uma precaução muito importante: sendo o morangueiro uma planta rasteira sempre em contacto com o solo, os seus frágeis frutos podem contaminar-se facilmente. Deste modo, convém ter muita atenção acerca da sua proveniência e preferir sempre os que são de cultura biológica.
Miguel Boieiro, Julho de 2020.


Sunday, April 27, 2025

 


Açafrão

A revista francesa “Alternatif bien-être”, cujo subtítulo é, significativamente, “Le Journal d’Information des Solutions Alternatives de Santé”, na sua edição de janeiro de 2016, traz um desenvolvido artigo sobre o açafrão. A revista é revolucionária porque põe em causa tratamentos e remédios utilizados correntemente pela medicina alopática, através de argumentos razoáveis e é sempre com muito interesse que a recebo.

No tocante ao açafrão, observe-se apenas as frases que encimam as várias partes do estudo: - Depressão: a arma secreta dos médicos persas; a especiaria mais cara do mundo; as virtudes antidepressivas; contrariar os transtornos sexuais; depressão dos adolescentes: os tratamentos podem matar; eficácia contra o Alzheimer. Não vou, como é óbvio, traduzir tudo o que diz a revista, mas deixo estes títulos para aguçar a curiosidade dos leitores sobre uma planta ainda insuficientemente utilizada pelos portugueses.

Atenção! Falo da herbácea denominada cientificamente Crocus sativus L que é uma Iridaceae e não de outros sucedâneos, usados habitualmente por serem mais baratos, a que o vulgo e o comércio também chamam de açafrão. É o caso da Curcuma longa que é uma Zingiberacea e da Carthamus tinctorius que é uma Asteraceae.

O açafrão, conhecido e utilizado há milhares de anos, é justamente apelidado de ouro vermelho devido ao alto preço que atinge no mercado mundial. Um quilo desta apreciada especiaria custa de mil a três mil euros, conforme a sua qualidade. O que se aproveita da planta são apenas os três estigmas de cada flor que é colhida manualmente. São necessárias cerca de 150 mil flores para obter um quilo desses filamentos que depois são devidamente secos e pulverizados. É, pois, a mão-de-obra que encarece extraordinariamente o produto, já que o processo de cultivo não parece difícil.

A planta é bulbosa, perene, de 10 a 15 cm de altura, dá-se bem em terrenos medianamente arenosos e precisa de uma boa insolação. As flores aparecem em outubro, tendo seis pétalas lilases, três estames amarelos e três estigmas (filamentos) de vermelho intenso que são o que se aproveita, tudo o mais é tóxico.

Julga-se que o açafrão é originário da bacia mediterrânica, do próximo oriente e duma cintura geográfica que vai daí até à Índia. Segundo a citada “Alternatif bien-être”, o Irão é atualmente o principal produtor, detendo cerca de 90% de toda a produção mundial. São também os iranianos quem mais investiga a planta sob o ponto de vista medicinal, tendo chegado a conclusões incríveis sobre as suas múltiplas aplicações vantajosas comparadas com medicamentos de danosos efeitos secundários.

O açafrão consegue inibir moléculas e enzimas responsáveis por inflamações crónicas, melhora a função cerebral, reduz o risco de doenças do coração, combate o cancro, previne a doença de Alzheimer, trata as artrites, a depressão e o envelhecimento precoce, facilita a digestão, alivia o fígado e atenua a pressão arterial. Querem mais?

Contém mais de 150 compostos voláteis e aromáticos, carotenoides, glucósidos amargos, corantes (crócina), ferro, magnésio, potássio, fósforo, zinco, cálcio, selénio, pró-vitamina A, vitaminas B1, B2, B3 e C. Das suas propriedades fitoterapêuticas assinalam-se as seguintes: analgésica, tónica, digestiva, aperitiva, sedativa, antiviral, anti-inflamatória, antioxidante, emenagoga, carminativa, antiespasmódica. Todavia, em doses elevadas pode ser abortivo e produzir hemorragias internas e vertigens. O “chá”, para beber três chávenas diariamente, não deve levar mais do que 2 gramas do pó para um litro de água.

Como condimento, com o seu gosto penetrante, o açafrão está omnipresente na culinária hindu, árabe e persa. No ocidente é sobejamente conhecida a sua utilização na “paella” valenciana, conferindo ao arroz uma coloração característica. É também um dos componentes do afamado caril. Na maior parte das vezes, contudo, o consumidor é enganado porque, em vez do Crocus sativus, a cor amarela vem do pó extraído da raiz da curcuma, também chamada açafrão-das-índias. Ora, sem desprimor pelas qualidades da curcuma que, de resto, são muitas, ela nada tem a ver com o sabor único do verdadeiro açafrão. Atrevo-me a afirmar que a maior parte dos menus apresentados no nosso país como contendo açafrão, não possuem o verdadeiro açafrão.

A fama da planta provém-lhe também de ser um corante notável. A propósito, diga-se que a palavra açafrão vem do árabe e significa amarelo. As típicas túnicas dos monges budistas ilustram bem a beleza da coloração amarelo-laranja proporcionada pelo açafrão.

Termino, voltando de novo aos atributos medicinais e às descobertas dos cientistas iranianos. Eles dizem que o açafrão é o suplemento nutricional mais completo que existe, sendo a melhor substância natural para combater as depressões e substituir medicamentos com efeitos secundários arrepiantes, como o “Prozac” e quejandos.

 Deixo um desafio aos nossos agricultores. Por que não investir na produção do Crocus sativus em Portugal? Temos solos e clima adequados, o valor do produto é elevado, há mercado a nível mundial, e pode contribuir para baixar a taxa de desemprego. Por que não?

Miguel Boieiro

crocus-sativus • Astrotrends

Monday, April 21, 2025

 


NÃO HÁ SAÚDE SEM MOVIMENTO

Dr. Martín Macedo – in: “El regresso del hombre de sal”, 2008)


Para fortalecer o corpo é necessária a actividade física.

É algo conhecido por toda a gente, mas poucos levam este assunto com a necessária seriedade.

Em macrobiótica, o exercício é um dos factores fundamentais na recuperação de qualquer doença. Quando o paciente está imobilizado a recuperação é muito mais lenta e trabalhosa.

Não é suficiente consumir bons alimentos e mastigar conscientemente. Não se alcança com a mastigação bocal; deve-se “mastigar” com todo o corpo através do movimento enérgico.

Só assim se assimila completamente o poder curativo dos alimentos e só assim se produz uma enérgica descarga dos excessos dietéticos que todos sem excepção cometemos.

O progresso nesta via traduz-se num maior grau de autodomínio. Somente se produzem doenças sérias em pessoas que carecem de autodisciplina.

Mas o autodomínio perfeito é muito difícil de alcançar. O QUE O ALCANÇA É MESTRE, tenha ou não diploma. O diploma não vale nada se o “diplomado” não for capaz de controlar os seus impulsos básicos. O verdadeiro mestre passou largos anos de treino duro e temperou-se até adquirir o autodomínio.

Há sempre yin e yang: bons e maus, verdadeiros e falsos. É inevitável, porque a realidade é dual. Não podemos destruir o lado que nos desagrada. Mas podemos controlar as forças yin e yang, e assim determinar qual o aspecto que será predominante e qual será o complementar.

A saúde absoluta não existe; ainda que na saúde excelente, hajaá sempre alguma pequena debilidade ou “doença”. Ainda que sejamos muito fortes, existe sempre um ponto fraco; mesmo sendo muito felizes haverá sempre momentos de dor.

Através do movimento podemos intervir para que lado desejamos que seja o predominante. Desta forma o aspecto que queremos evitar, estará controlado ainda que não suprimido de todo; sempre será uma ameaça latente que nos obrigará a estar sempre atentos e a não “dormirmos à sombra dos louros”.

Se ficarmos quietos nada conseguiremos; a desistência e o ócio, só produzem calamidades. Embora a meditação não seja uma quietude ociosa – pelo contrário, é uma forma de movimento muito lenta e controlada.



Saturday, April 12, 2025

 

Macrobiótica

 Francisco Varatojo

Instituto Macrobiótico de Portugal

https://institutomacrobiotico.com/blog/2023/11/21/macrobiotica/

Neste artigo tentarei elucidar os leitores sobre o que são a alimentação e o estilo de vida macrobióticos, uma vez que me parece haver uma certa confusão por parte do público em geral sobre que é e o que não é este modo de vida. Leio com alguma frequência, críticas à prática alimentar macrobiótica, que não têm muitas das vezes qualquer fundamento dum ponto de vista nutricional, por mero desconhecimento técnico por parte de quem escreve a crítica.

Existe também a ideia de que a Macrobiótica e o vegetarianismo se regem pelos mesmos princípios, o que também não é verdade – o regime macrobiótico sendo predominantemente de origem vegetal, não é necessariamente um regime vegetariano; o uso de produtos animais (preferivelmente peixe) é aceitável e nalguns casos necessário dependente de factores como o clima, grau de actividade física, antecedentes biológicos e outros.

A Macrobiótica não é exclusivamente uma dieta, um regime, mas sim um estilo de vida que tem como objectivo último ajudar-nos a desenvolver o nosso potencial humano, ao seguirmos as leis da natureza dum ponto de vista biológico (através da alimentação), ecológico (fazendo escolhas diárias que contribuem para uma melhor qualidade de vida ambiental), social e espiritual (tratando os outros com amor e compaixão e assumindo a nossa responsabilidade como um pequeno elo numa vasta cadeia de seres e fenómenos).

A origem da palavra é grega, “macro” – grande – e “bio” – vida e não significa apenas “grande vida” mas também a capacidade de vivermos a vida duma forma grandiosa e magnífica. A esse nível, a alimentação é importante, essencial, porque nos dá a base biológica, a saúde para gozarmos a vida em todo o seu esplendor e para termos sensibilidade para com o meio que nos rodeia. Nós somos literalmente o que comemos, os alimentos criam o nosso sangue que vai nutrir as células, os órgãos, o cérebro. Sem alimentos a vida não é possível.

A palavra Macrobiótica foi utilizada por filósofos gregos como Hipócrates e na era moderna primeiro no séc. XVIII por um professor de medicina alemão, médico pessoal de Goethe, chamado Christoph Von Hufeland que escreveu o livro “Macrobiótica, ou a Arte de prolongar a Vida” onde prescreveu recomendações muito semelhantes às da “macrobiótica moderna”. Nos finais do séc. XIX, um médico do exército japonês, Sagen Ishisuka, que se curou duma doença de rins intratável pela medicina moderna, adoptando um regime alimentar baseado em cereais integrais e vegetais, fundou a primeira organização macrobiótica denominada na altura Sokuiokai e foi extremamente famoso no Japão nos finais do séc. XIX e início do séc. XX.

Para Ishizuka todos os problemas de saúde e sociais tinham como origem uma má nutrição, particularmente um desequilíbrio entre sódio e potássio nos alimentos e, para ele, todos os problemas podiam ser corrigidos adoptando uma prática alimentar de acordo com a constituição biológica humana, em especial a utilização de cereais integrais e vegetais como alimentos principais.

O trabalho de Ishizuka foi continuado e desenvolvido por George Ohsawa que nos anos 30 trouxe os seus ensinamentos para a Europa, em especial para a França e Bélgica; Ohsawa escreveu dezenas de livros e foi relativamente conhecido em França, mas duma forma geral, o que se conhece mais da abordagem de George Ohsawa é uma prática alimentar macrobiótica extremamente restritiva que não se adapta bem (na minha opinião) à vida moderna. Isto, apesar de Ohsawa ter uma concepção extremamente alargada do regime macrobiótico, recomendando desde dietas muito simples, monodietas, até regimes com uma quantidade aceitável de produtos animais e pequena quantidade de bebidas alcoólicas.

Ohsawa prescrevia segundo a condição individual – para ele, praticar macrobiótica era comer segundo as necessidades em constante mutação de cada um – para algumas pessoas jejuar é a terapia, para outros comer bastante variedade e divertir-se é a solução mais indicada. No entanto, na prática diária, os cereais integrais e os vegetais continuam a ser os alimentos mais adaptados à espécie humana, e consequentemente aqueles que mais ajudam a criar e a manter a saúde.

Os ensinamentos de George Ohsawa foram na geração seguinte disseminados pelos seus discípulos orientais particularmente Michio e Aveline Kushi, Herman e Cornelia Aihara, Tomio e Bernardete Kikuchi, Shizuko Yamamoto, Clim Yoshimi, entre outros e na geração actual especialmente por estudiosos europeus e americanos. Michio Kushi, residente nos Estados Unidos desenvolveu um modelo alimentar mais simples de compreender e mais adaptado à vida moderna denominado “Alimentação Macrobiótica Padrão” (Standard Macrobiotic Diet), o modelo alimentar mais utilizado pela maioria dos praticantes macrobióticos modernos.

Nas linhas que me restam para concluir este artigo, vou tentar identificar aqueles que me aparecem ser os aspectos mais importantes da alimentação e estilo de vida macrobióticos.

Devemos comer segundo as nossas características biológicas – o Homem é por natureza um ser designado para comer maioritariamente alimentos de origem vegetal, em particular cereais e vegetais, apesar de ter a capacidade para ingerir de tudo.
A alimentação deve reflectir o enquadramento geográfico e climático pelo se deve adaptar aos diferentes climas e habitats; deve também ser tradicional, ou seja devemos escolher um estilo alimentar que venha a ser seguido há séculos (os cereais, os vegetais e as leguminosas foram a base alimentar da espécie humana durante milhares de anos e só recentemente esses hábitos foram alterados).
A noção de bipolaridade, ou a teoria de “yin” e “yang” é uma parte essencial deste estilo de vida – a ideia de que todos os fenómenos, alimentos incluídos, têm qualidades energéticas, metafísicas e de que a harmonia relativa é conseguida quando “equilibramos” estes dois pólos, yin e yang, nas nossas vidas.
Temos o livre arbítrio para escolhermos comer e viver como quisermos, mas há uma responsabilidade inerente a cada uma das escolhas que fazemos; não existem alimentos proibidos mas existe um critério a partir do qual podemos escolher duma forma mais responsável e consciente.

Essencialmente, na prática da Macrobiótica, a saúde e a felicidade começam em cada um de nós, e as nossas vidas são em grande parte, um reflexo das nossas escolhas e prioridades.

Espero que com este artigo passe a ter uma ideia mais alargada e mais acertada do que significa praticar macrobiótica; oportunamente escreverei sobre os aspectos mais técnicos e nutricionais desta prática alimentar.




Sunday, March 23, 2025

 


Frutas e excesso de frutose

Maria àngels mestre

https://www.mangelsmestre.com/main/la-fruta-y-el-exceso-de-fructosa/

A frutose é o açúcar encontrado nas frutas e é o que mais causa ganho de peso e aumenta os níveis de triglicerídeos no sangue. É especialmente prejudicial em leucemia, patologias hepáticas e anemia. É o antígeno dos glóbulos vermelhos.
Quando comemos muita fruta, como agora no verão, quando há uma grande variedade, uma série de problemas de saúde podem surgir: a causa é a frutose.

Segundo artigo acadêmico sobre nutrição hospitalar, a alta ingestão de frutose tem impacto no intestino e no fígado, e está associada a patologias como doença hepática gordurosa não alcoólica e má absorção de frutose.

A frutose, apesar de ter uma nomenclatura semelhante à glicose, é absorvida mais lentamente que a glicose, embora seja capturada e metabolizada mais rapidamente pelo fígado. Seu efeito estimulante na liberação de insulina é menor que o da glicose e sua captação é independente desta.

Outros distúrbios causados ​​pelo excesso de frutose

Nas últimas décadas, o consumo de frutose aumentou com o excesso de frutas, principalmente em crianças. E especialmente por meio de bebidas adoçadas e produtos alimentícios com adição de frutose.

O Dr. Robert Lustig descobriu a via metabólica da frutose em um estudo. No estômago, a frutose é transformada em álcool, que ao chegar ao fígado produzfígado gordurosocirrose hepática não alcoólica e/ou síndrome da ressaca (as pessoas acordam com dor de cabeça como se tivessem consumido muito álcool). Também afeta o pâncreas porque está relacionado ao estômago.

A frutose produz resistência à insulina, o que leva ao diabetes. Da mesma forma, a frutose nos afeta diminuindo o nível cerebral.

Por que a frutose causa obesidade?

A frutose inibe a grelina (produzida pelo estômago e pelo pâncreas), que nos diz quando o corpo está com fome, e a leptina, que nos diz quando estamos satisfeitos. A inibição da grelina e da leptina faz com que sintamos fome permanentemente. A frutose também inibe o triptofano, um aminoácido precursor da serotonina (o hormônio da felicidade). Normalmente o triptofano é usado na depressão e, neste caso, como ele é inibido pela frutose, ele causa depressão. Depois de comer frutas, cerca de 30 minutos após consumir frutose, a tristeza, a falta de estímulo e a letargia instalam-se.

Outro distúrbio é a síndrome da fermentação alcoólica da frutose, que causa sintomas de embriaguez sem ter consumido nenhuma bebida alcoólica.

As frutas produzem resfriamento e humidade no corpo. A natureza produz mais frutas no verão justamente para nos refrescar, mas não é preciso exagerar. Sua ingestão deve ser controlada.

A fruta é um doce vazio porque só tem água e frutose. Seu melhor alimento é a casca e as sementes, que é justamente o que não comemos. Não nutre porque não entra na célula. No entanto, às vezes podemos usá-lo como um agente drenante para desintoxicar, embora ele só nos forneça álcool, que é um solvente e dispersante, então o fígado continuará sofrendo.

A energia da fruta é dispersa e pode causar problemas de pele: dermatite, ressecamento e até psoríase.

A fruta é yin, então pode curar doenças yang. De qualquer forma, a maioria das doenças são yin.

O Dr. Robert Lustig é um endocrinologista pediátrico americano e professor da Universidade de São Francisco, especializado em obesidade infantil. A pesquisa de Lustig examina a ligação entre o consumo de frutose e o desenvolvimento da síndrome metabólica, incluindo: diabetes tipo 2, hipertensão, doença cardiovascular, doença renal, doença hepática gordurosa não alcoólica, obesidade, fenômeno TOFI (fino por fora, gordo por dentro) e síndrome metabólica.

Resumindo, a frutose ataca o fígado e o cérebro.

Frutas e Cancro

As pessoas questionam-se porque é que não há frutas na dieta macrobiótica, especialmente no cancro. A resposta é nos dada pelo Dr. Franco Berrino, Diretor do Departamento de Medicina Preventiva e Preditiva do Instituto Nacional do Cancro de Milão; Membro da WCRF UK (World Cancer Research), faz parte de uma rede global de instituições de caridade comprometidas com a prevenção do cancro. O Dr. Berrino é uma pessoa que também estudou filosofia macrobiótica.

O Dr. Berrino conta-nos que existe uma substância essencial no nosso corpo, que nós produzimos, chamada poliamina, que é usada para multiplicação celular. As frutas contêm poliaminas, e é claro que nesta doença não é do interesse aumentar esta multiplicação celular.

Ele faz-nos as seguintes recomendações :

·       Não coma batatas, tomates, beringelas ou frutas (laranjas, etc.) e, especialmente, não coma nenhuma fruta tropical.

·       Considerando que o cancro é uma doença yin, ele aconselha-nos a comer cereais integrais, como millet e trigo sarraceno, porque são yang, mas o que ela mais recomenda é o arroz integral redondo, porque ele tem um ótimo equilíbrio yin-yang (o arroz redondo é mais yang do que o arroz longo). Ele também nos aconselha a comer pão integral.

Xarope de Frutose

Mais perigoso para a saúde do que muita fruta é muito xarope de frutose. O xarope de frutose é um adoçante líquido composto por uma mistura de frutose e glicose, altamente tóxico, que causa obesidade, diabetes e cancro. Por ser mais barato que o açúcar de cana e de beterraba, ele é atualmente usado na maioria das bebidas comerciais e alimentos processados.

É conhecido como HFCS (Xarope de Cron com Alto Teor de Frutose) e é o resultado de um processo de refinamento químico. Ela não tem nada em comum com a frutose encontrada nas frutas e o corpo a considera uma substância estranha que não pode ser metabolizada.

É preciso ter cuidado com os alimentos orgânicos que contenham xarope de milho, pois ele é muito rico em frutose, yin (expansivo).

Se você quiser aprofundar este tema, pode ler os livros: “Vamos falar sobre fibromialgia, eu a venci. Você também pode; “Da Fibromialgia à Saúde; e “Agir sobre o Cancro a partir de uma Visão Globa”l . Os 3 livros podem ser baixados gratuitamente neste site = https://www.mangelsmestre.com/main/libros-gratuitos/

 

 

 

  Sopa de miso clássica Por: Dr. Jorge Pérez-Calvo IN: REVITALIZATE! Las mejores recetas de la cocina energética RBA INTEGRAL, 2013...