Tuesday, January 31, 2023

 


O ARROZ INTEGRAL

Drª Elena Corrales

O arroz é o cereal mais cultivado no mundo depois do trigo. É o grão mais evoluído do reino vegetal e o seu aparecimento como espécie botânica é contemporâneo com o aparecimento do ser humano na terra. É por isso que lhe chamamos “o rei dos cereais”: é fruto e semente simultaneamente.

O arroz integral conserva o germen intacto, uma vez que apenas a casca exterior não comestível foi removida, razão pela qual tem uma cor ligeiramente mais escura do que a que conhecemos como arroz branco.

Valor nutricional

É o mais equilibrado de todos os cereais quanto aos seus nutrientes, contém hidratos de carbono de absorção lenta, as suas proteínas contêm todos os aminoácidos essenciais, e é rico em vitaminas, minerais, oligoelementos e fibra. Não contém glúten, tornando-o um alimento de eleição para os celíacos.

Entre os oligoelementos, o selénio destaca-se como um poderoso antioxidante que tem a capacidade de reparar o ADN e promover a apoptose celular.

Os hidratos de carbono que contém, sendo de absorção lenta, são excelentes para aumentar a resistência durante a actividade física e para regular as baixas de açúcar que ocorrem quando consumimos açúcares rápidos.

O germen fornece proteínas e ácidos gordos, bem como aleuronas que previnem a arteriosclerose e a hipertensão. O salvado (“farelo”) é rico em fitoquímicos tais como os flavonóides, os ácidos fenólicos, os fitoesteróis e os lignanos. Estas substâncias ajudam a prevenir desde as doenças cardiovasculares a certos tipos de cancro.

Como informação adicional, uma chávena de arroz integral tem vinte vezes mais fibra do que uma chávena de fruta e cinco vezes mais fibra do que uma chávena de vegetais. Estes dois alimentos, vegetais e frutas, contêm muita água, pelo que o campeão das fibras é sem dúvida o arroz integral.  Este dado torna-o altamente saciante e melhora a qualidade do nosso microbioma.

Em termos de conteúdo calórico, 100 gramas de arroz integral fornecem-nos 375 calorias, mas quando cozinhado, à medida que o seu volume aumenta, o seu conteúdo calórico é reduzido em quase um terço. Este dado é muito importante tanto se quisermos perder peso como se não quisermos emagrecer.

100 GRAMAS

VITAMINAS

MINERAIS

PROTEÍNAS

ARROZ BRANCO

1,7 mg

215,8 mg

6,7 mg

ARROZ INTEGRAL

5,09 mg

476,6 mg

7,5 mg

Valor nutritivo do arroz integral

Tem uma característica muito importante: é o único alimento que não deixa qualquer resíduo metabólico, ou por outras palavras, o seu consumo não produz purinas. É por isso que é considerado o cereal da cura. É o ingrediente da primeira papa que damos aos bebés e, consequentemente, é altamente recomendado para pessoas idosas e convalescentes.

Existem muitas variedades de arroz: de grão curto, de grão longo, arroz vermelho, arroz selvagem, arroz doce... de todas elas, a mais equilibrada é a de grão curto, também chamada arroz redondo. Estamos sempre a falar do arroz integral. Se descascarmos o arroz, o resultado é um alimento morto que nos alimenta, mas que não nos vitaliza. Pense que se semear um punhado de arroz integral, ele crescerá, mas se semear um punhado de arroz branco, mesmo que o regue com água benta e que ponha música de Mozart, ele não crescerá, simplesmente porque a refinação lhe retirou o seu germen, o arroz branco engorda, aumenta os níveis de glicose, favorece a prisão de ventre etc.

No Ocidente, o arroz é sempre cozinhado com outros alimentos, mas no Oriente, é costume cozinhá-lo só e servi-lo separadamente, pois tem a função do pão nas nossas mesas.

Aspectos energéticos

A opção de se consumir arroz em vez de pão tem muitas vantagens do ponto de vista energético.  O grão de arroz permanece intacto desde a sua colheita e o único tratamento a que é submetido antes de ser comido é a cozedura, onde a temperatura não sobe acima dos 100°C, que é o ponto de ebulição da água. Pensemos agora no pão: quando se mói o trigo, a farinha, mesmo que tenha sido moído com um moinho de pedra e não haja aumento de temperatura, o ki (energia vital) do grão desaparece, ou seja, na farinha, mesmo que seja integral e acabada de moer, já não há energia vital, e é por isso que se semearmos um punhado de farinha, ela não nasce. Além disso a farinha depois da moagem, fermenta, depois é amassada e finalmente cozida no forno a mais de 100°C durante mais de uma hora. O resultado é um alimento com menos poder energético. Portanto, não é má ideia aprender a comer sem pão e, em seu lugar, pôr arroz na mesa. Deixaremos o pão para as sandes e os petiscos.

Aspectos terapêuticos

A Medicina Oriental considera os alimentos pelo seu valor nutritivo e qualidades funcionais. O arroz harmoniza o funcionamento dos pulmões e do intestino grosso, pelo que é altamente indicado como alimento de consumo diário para todos os distúrbios digestivos, tais como síndrome do intestino irritável, colite ulcerosa e outras doenças intestinais. É também de grande ajuda em problemas respiratórios, tais como asma, bronquite, etc. É importante assinalar que a forma como é cozinhado, o tempo de cozedura, a adição de sal, etc. devem ser ajustados em cada caso.


Bibliografia traduzida

https://www.elenacorrales.com/blogelenacorrales/







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