O ARROZ INTEGRAL
Drª Elena
Corrales
O arroz é o cereal mais cultivado
no mundo depois do trigo. É o grão mais evoluído do reino vegetal e o seu
aparecimento como espécie botânica é contemporâneo com o aparecimento do ser
humano na terra. É por isso que lhe chamamos “o rei dos cereais”: é fruto e
semente simultaneamente.
O arroz integral conserva o germen
intacto, uma vez que apenas a casca exterior não comestível foi removida, razão
pela qual tem uma cor ligeiramente mais escura do que a que conhecemos como
arroz branco.
Valor nutricional
É o mais equilibrado de todos os cereais
quanto aos seus nutrientes, contém hidratos de carbono de absorção lenta, as
suas proteínas contêm todos os aminoácidos essenciais, e é rico em vitaminas,
minerais, oligoelementos e fibra. Não contém glúten, tornando-o um alimento de
eleição para os celíacos.
Entre os oligoelementos, o selénio
destaca-se como um poderoso antioxidante que tem a capacidade de reparar o ADN
e promover a apoptose celular.
Os hidratos de carbono que contém, sendo
de absorção lenta, são excelentes para aumentar a resistência durante a
actividade física e para regular as baixas de açúcar que ocorrem quando
consumimos açúcares rápidos.
O germen fornece proteínas e ácidos
gordos, bem como aleuronas que previnem a arteriosclerose e a hipertensão. O salvado
(“farelo”) é rico em fitoquímicos tais como os flavonóides, os ácidos
fenólicos, os fitoesteróis e os lignanos. Estas substâncias ajudam a prevenir
desde as doenças cardiovasculares a certos tipos de cancro.
Como informação adicional, uma chávena
de arroz integral tem vinte vezes mais fibra do que uma chávena de fruta e
cinco vezes mais fibra do que uma chávena de vegetais. Estes dois alimentos,
vegetais e frutas, contêm muita água, pelo que o campeão das fibras é
sem dúvida o arroz integral. Este dado
torna-o altamente saciante e melhora a qualidade do nosso microbioma.
Em termos de conteúdo calórico, 100
gramas de arroz integral fornecem-nos 375 calorias, mas quando cozinhado, à
medida que o seu volume aumenta, o seu conteúdo calórico é reduzido em quase um
terço. Este dado é muito importante tanto se quisermos perder peso como se não
quisermos emagrecer.
100
GRAMAS |
VITAMINAS |
MINERAIS |
PROTEÍNAS |
ARROZ
BRANCO |
1,7 mg |
215,8
mg |
6,7
mg |
ARROZ
INTEGRAL |
5,09
mg |
476,6
mg |
7,5
mg |
Valor nutritivo do arroz integral
Tem uma característica muito importante:
é o único alimento que não deixa qualquer resíduo metabólico, ou por outras
palavras, o seu consumo não produz purinas. É por isso que é considerado o
cereal da cura. É o ingrediente da primeira papa que damos aos bebés e, consequentemente,
é altamente recomendado para pessoas idosas e convalescentes.
Existem muitas variedades de arroz: de
grão curto, de grão longo, arroz vermelho, arroz selvagem, arroz doce... de
todas elas, a mais equilibrada é a de grão curto, também chamada arroz redondo.
Estamos sempre a falar do arroz integral. Se descascarmos o arroz, o resultado
é um alimento morto que nos alimenta, mas que não nos vitaliza. Pense
que se semear um punhado de arroz integral, ele crescerá, mas se semear um
punhado de arroz branco, mesmo que o regue com água benta e que ponha música de
Mozart, ele não crescerá, simplesmente porque a refinação lhe retirou o seu
germen, o arroz branco engorda, aumenta os níveis de glicose, favorece a prisão
de ventre etc.
No Ocidente, o arroz é sempre cozinhado
com outros alimentos, mas no Oriente, é costume cozinhá-lo só e servi-lo
separadamente, pois tem a função do pão nas nossas mesas.
Aspectos energéticos
A opção de se consumir arroz em vez de
pão tem muitas vantagens do ponto de vista energético. O grão de arroz permanece intacto desde a sua
colheita e o único tratamento a que é submetido antes de ser comido é a
cozedura, onde a temperatura não sobe acima dos 100°C, que é o ponto de
ebulição da água. Pensemos agora no pão: quando se mói o trigo, a farinha, mesmo
que tenha sido moído com um moinho de pedra e não haja aumento de temperatura,
o ki (energia vital) do grão desaparece, ou seja, na farinha, mesmo que
seja integral e acabada de moer, já não há energia vital, e é por isso que se
semearmos um punhado de farinha, ela não nasce. Além disso a farinha depois da
moagem, fermenta, depois é amassada e finalmente cozida no forno a mais de
100°C durante mais de uma hora. O resultado é um alimento com menos poder
energético. Portanto, não é má ideia aprender a comer sem pão e, em seu lugar, pôr
arroz na mesa. Deixaremos o pão para as sandes e os petiscos.
Aspectos terapêuticos
A Medicina Oriental considera os
alimentos pelo seu valor nutritivo e qualidades funcionais. O arroz harmoniza o
funcionamento dos pulmões e do intestino grosso, pelo que é altamente indicado
como alimento de consumo diário para todos os distúrbios digestivos, tais como
síndrome do intestino irritável, colite ulcerosa e outras doenças intestinais.
É também de grande ajuda em problemas respiratórios, tais como asma, bronquite,
etc. É importante assinalar que a forma como é cozinhado, o tempo de cozedura,
a adição de sal, etc. devem ser ajustados em cada caso.
Bibliografia traduzida
- https://www.elenacorrales.com/blogelenacorrales/
No comments:
Post a Comment