OSTEOPOROSE
Trata-se
de uma desordem óssea caracterizada pela diminuição da densidade óssea. A
estrutura do osso está normal, só que a quantidade de tecido diminui e se esta
diminuição alcançar um ponto crítico, o osso torna-se tão inconsistente que se fractura
facilmente e não desempenha adequadamente a sua função como sustentador
mecânico do corpo. O osso é um órgão. E está sujeito a alterações. Em
determinados focos do tecido ósseo coexistem dois processos: a reabsorção óssea
levada a cabo pelos osteoclastos e a renovação óssea por parte dos
osteoblastos. Estes processos de destruição do osso envelhecido e a
substituição por osso novo, são levados a cabo em focos chamados unidades de
remodelação óssea. Normalmente há um equilíbrio entre a destruição e a
renovação, mas na osteoporose, a osteodestruição é acelerada ou a renovação é
retardada ou há uma combinação de ambas as alterações. Portanto,
existe um desequilíbrio em direcção à diminuição da quantidade de tecido ósseo.
O osso torna-se menos denso e frágil e isso favorece as fracturas espontâneas
ou os traumatismos mínimos. Investigações médicas sustentam que as
mulheres perdem durante a sua vida cerca de 45% da sua massa óssea. Os homens
aproximadamente 23%. A osteoporose é responsável por 1.000.000 de fracturas por
ano nos EUA, sendo as mais frequentes as fracturas vertebrais, da anca e do
pulso. Clinicamente manifesta-se por dor nas costas, cifose (curvatura da
coluna vertebral para a frente - a “corcunda”) e por fracturas fáceis.
Predomina nas mulheres brancas dos países nórdicos. A maior densidade óssea
têm-na os homens de raça negra. Os homens brancos e as mulheres negras têm uma
densidade óssea intermédia entre estes dois extremos. Com o andar do tempo a
reabsorção óssea predomina sobre a neoformação sobretudo nas mulheres a seguir
à menopausa. A
diminuição da densidade óssea é normal à medida que envelhecemos, mas
acentua-se na mulher quando declinam os estrogénios com a finalização da idade
reprodutiva.
É normal a redução da densidade óssea com a idade, mas na osteoporose esta diminuição é muito acentuada e isso é patológico. Uma em cada três idosas e um em cada seis idosos sofrem fracturas da anca após os 65 anos e este tipo de acidente está associado a uma mortalidade de cerca de 15%. Se encararmos o problema em termos de yin-yang, poderemos constatar que o processo da vida vai de yang extremo ao nascer a yin extremo ao morrer. O processo de envelhecimento é um processo yin de expansão e diminuição da actividade. A vida é yang; a morte é yin. Se consumirmos muito yin em forma de açúcar, álcool, bebidas cola, farinhas refinadas, gelados e outros alimentos acidificantes e desmineralizantes, então iremos precipitadamente para o extremo yin, ou seja, encaminhar-nos-emos ansiosamente para a morte. Não podemos deter o passo do tempo, mas podemos retardar tremendamente o caminho entre os dois extremos, se aplicarmos o princípio de yin-yang. A dieta ocidental, rica em proteínas animais produz um sangue ácido pela degradação de proteínas em ácidos, como o ácido úrico e outros produzidos pela metabolização proteica. O abuso de carnes e alimentos animais ao gerar uma forte e extrema yanguização, cria desejos quase incontroláveis por líquidos e doces (extremo yin). Estes alimentos muito yin geram acidificação sanguínea, obrigando a extrair minerais como o cálcio das reservas corporais para neutralizar o excesso de ácido. A ingestão de quantidades excessivas de líquidos diuréticos (café, bebidas cola, mate, chá comercial, refrigerantes açucarados), promove a frequente e abundante micção e por aí se esvaem grandes quantidades de minerais como o cálcio. E então bebe-se leite para fornecer cálcio, mas a proteína do leite cria ácido que conduz a um roubo de cálcio dos ossos. No final todo o cálcio, o ingerido e o das reservas corporais, escapa-se pela urina. Isto é agravado com a recomendação de tomar abundantes líquidos por parte de alguns sectores da medicina oficial. Se bem que promover a micção abundante ajude a eliminar toxinas, também ajuda a que escapem valiosos nutrientes do corpo. Recentes investigações mostram que as mulheres chinesas têm uma densidade óssea muito maior do que as mulheres europeias. Incrivelmente as chinesas não bebem leite pois consideram isso uma prática absurda e infantil. As mulheres brancas europeias, tradicionalmente consumidoras de grandes quantidades de lácteos e proteínas animais têm os ossos mais frágeis apesar de ingerirem mais cálcio. A ingestão de cálcio das asiáticas, é proveniente de fontes vegetais como a soja, as algas marinhas e as sementes como o sésamo e os vegetais de folha. Consomem 1/3 do cálcio que uma europeia consome, mas a sua qualidade é completamente diferente. Quanto mais ácido mais osteoporose. Quanto maior for o consumo de carnes, ovos, frango, juntamente com açúcar e bebida doces, maior será a perda óssea. É muito simples: é um transtorno causado por ácido e o ácido é yin, neste caso provocado pela combinação de extremos yin e yang. Outro factor que agrava a perda óssea é a falta de exercício físico. As mulheres brancas diminuíram as tarefas manuais nos últimos três séculos devido à prosperidade nórdica. Enquanto as mulheres indígenas e africanas, devido à simplicidade da sua vida no campo, continuaram com o trabalho físico duro. E isso, juntamente com a alimentação tradicional e simples, protegem-nas da osteoporose. Mas, quando as mulheres de raça negra emigram para países ricos e adoptam o estilo de vida refinado, com comidas “ricas” e vida sedentária começam a debilitar gradualmente os seus fortes ossos.
A ciência clássica admite que o açúcar debilita a sólida estrutura dental, agora deveria também admitir que também o faz com todo o sistema ósseo. E, portanto, poderíamos dizer um pouco grosseiramente que a osteoporose é uma espécie de “cárie” dos ossos do esqueleto (mas não há infecção). Yin trata-se com yang. A forma de devolver solidez e densidade aos ossos é solidificando todo o organismo. E para isso a dieta semi vegetariana, alcalinizante e rica em minerais e vitaminas permite o gradual fortalecimento do sangue e de todos os tecidos, incluindo o tecido ósseo. No entanto, o processo de remineralização poderá ser lento e levar algum tempo mais ou menos extenso até corrigir este transtorno, sobretudo se já estiver em estado avançado.
Mas
o importante é começar, e o mais depressa possível …
Martín
Macedo (2013)
FALEMOS DE CÁLCIO VEGETAL
(Esmaca - https://pt.linkedin.com/school/esmaca--escola-macrobi-tica-de-catalunya/)
Talvez já te tenham dito que, para
ter ossos fortes, precisas de beber leite. No entanto, não são produtos lácteos
que o teu corpo precisa para manter uma boa densidade óssea; o que ele precisa
é de CÁLCIO.
E se estás a pensar que esses
alimentos são a única fonte de cálcio, nada pode estar mais longe da verdade.
De facto, existem alimentos de origem vegetal que têm um teor de cálcio muito
mais elevado do que os de origem animal e, além disso, possuem nutrientes que
favorecem a absorção e a fixação do cálcio.
Para uma correta assimilação do
cálcio, é necessária a presença de outro mineral, o magnésio. Este mineral
regula a absorção e a assimilação do cálcio. É por isso que os alimentos ricos
em cálcio que também contêm magnésio têm uma melhor absorção.
Por exemplo, um prato de brócolos
fornece a mesma quantidade de cálcio que um copo de leite, mas como também
contém magnésio e vitamina K, a sua absorção é muito maior, praticamente o
dobro. Enquanto o cálcio fornecido pelo leite é assimilado em 32%, o dos
brócolos é assimilado em 61%. Outros vegetais crucíferos, como a couve, a Kale,
o repolho e a couve-flor, têm também percentagens de absorção superiores às dos
produtos lácteos.
Onde encontrar magnésio?
- Experimenta as algas marinhas, que
são ricas em minerais e uma das melhores fontes de cálcio e magnésio: wakame,
kombu, arame, nori...
- Que não falte o verde nos teus
pratos - os alimentos ricos em clorofila são ricos em magnésio. Inclui
diariamente: couve verde, couve galega, couve-Kale, couve-de-bruxelas,
brócolos, o verde do alho francês (que geralmente se deita para o lixo ...) ...
- Os cereais integrais,
especialmente o trigo sarraceno e o amaranto, também contêm quantidades
interessantes deste mineral.
- Não te esqueças das leguminosas:
azuki, outros feijões, lentilhas, incluindo a soja e os seus derivados.
- As sementes são igualmente ricas
em magnésio, as de sésamo, por exemplo, fornecem não só magnésio, mas também
até 9 vezes mais cálcio do que o leite.
Por outro lado, a vitamina K2 é
também chave para a formação óssea, uma vez que promove a integração do cálcio
nos ossos. Além do mais, previne as calcificações vasculares e dos tecidos
moles.
Fontes de vitamina K
- O Natto miso é o alimento com
maior teor de vitamina K2. Este alimento é obtido a partir do processo de
fermentação da soja amarela com esporos de Bacillus subtilis natto. Pode ser
encontrado em ervanárias especializadas.
- O chucrute é também fonte de
vitamina K2, embora em menor quantidade. Os legumes de folha verde, como a
couve Kale e a couve-galega, são muito ricos em vitamina K1, que será
transformada em K2 através da ação das bactérias digestivas dos nossos
intestinos.
A vitamina D também é necessária
para uma correcta absorção do cálcio.
- A melhor fonte é a exposição
adequada ao Sol.
- Se quiseres beneficiar desta
vitamina na tua dieta, uma das melhores opções veganas são os cogumelos
shiitake secos.
E como fonte de cálcio de origem
vegetal, qual escolher?
Felizmente, a lista de alimentos com
grandes quantidades de cálcio no mundo vegetal é imensa. E lembra-te que a
maioria destas fontes são também ricas em magnésio e vitamina K.
Para que tenhas uma ideia da sua
riqueza, toma como referência que 100 g de leite têm cerca de 120 mg de cálcio
e dá uma vista de olhos à seguinte lista:
As algas marinhas são os alimentos
com maior aporte de cálcio. A alga Hiziki tem 1400 mg, a Wakame 1300 mg, a
Kombu 800 mg e a Arame 830 mg. Como podes ver estes valores são muito
superiores aos dos produtos lácteos. Pequenas quantidades diárias de algas
marinhas irão beneficiar a tua saúde óssea. Lembra-te de utilizar o tamanho de
um selo de Kombu nas tuas leguminosas e a mesma quantidade de wakame para
preparar as suas sopas miso ou purés de vegetais.
As sementes de sésamo deveriam estar
presentes nas nossas refeições diárias. O seu teor de cálcio é de quase 1.000
mg. Polvilha 1 a 2 colheres de sopa de sementes torradas e trituradas no teu
pequeno-almoço ou nas tuas refeições diárias.
As amêndoas são igualmente ricas
neste mineral. Cerca de 270 mg. Uma mão cheia por dia, previamente demolhada em
água e/ou torrada, enriquecerá os teus pequenos-almoços e lanches.
O amaranto e a quinoa (1) são
dois cereais com uma quantidade interessante de cálcio. A do amaranto é o dobro
da do leite e a da quinoa também é superior. Podes juntar 1 ou 2 colheres de
sopa de amaranto à cozedura de qualquer outro cereal. Combina os teus pratos de
quinoa com frutos secos como pistáchios, avelãs e nozes para obter mais cálcio.
Estes frutos secos têm entre 140 e 200 mg.
Alguma vez pensaste que o feijão
preto era uma fonte de cálcio? Contem cerca de 135 mg e o cozinhares com Kombu
aumentará não só a quantidade de cálcio, mas também a sua taxa de absorção. O
feijão branco tem valores semelhantes.
As folhas verdes e crucíferas,
embora com menores quantidades de cálcio, são vegetais muito interessantes pelo
seu aporte em magnésio e vitamina K.
Outros alimentos com valores
próximos dos 100 mg são algumas proteínas vegetais como o tofu, o tempeh, as
lentilhas ou o feijão azuki. A proteína é essencial para a formação da
estrutura óssea. Quantidades adequadas deste nutriente assegurarão que temos aminoácidos
suficientes para formar as proteínas dos ossos.
As bebidas vegetais enriquecidas com algas lithothamnium calcareum proporcionam 120mg de cálcio por 100g, enquanto algumas marcas de leite gordo de apenas contêm 115mg. A alga Lithothamnium Calcareum (pesquisar na net) é facilmente assimilada pelo organismo e, quando seca, contém cerca de 30% de cálcio. Além disso, o seu baixo teor em iodo torna-a uma escolha perfeita para enriquecer este tipo de bebidas.
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(1) VER:
https://macrobioticapassadopresentefuturo.blogspot.com/2023_01_07_archive.html
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