Tuesday, September 17, 2024

 

A DIETA Nº 7 DE GEORGES OHSAWA

Por: Dr. Martín Macedo, Uruguay

“Experimente comer arroz integral durante 10 dias e compreenderá o porquê de os antigos asiáticos acreditarem que a divindade se escondia nos grãos de arroz. E a seguir poderá incluir uma grande variedade de pratos deliciosos, porém sem esquecer o lugar de privilégio do cereal integral” … Dr. Martín Macedo

“É uma dieta de arroz integral muito famosa que se usou muito no tempo de Georges Ohsawa, como cura de muitas doenças e introdução a uma dieta mais simples ou ampla. Consiste em fazer 10 dias desta dieta depurativa baseada em arroz integral, para limpar o corpo e equilibrá-lo rapidamente, para quem quer resultados rápidos.

Pode ter várias variações, mas basicamente consiste em consumir arroz integral, como comida única, durante 1 semana, 10 dias, 2 semanas, 21 dias ou, inclusivamente, durante 1 mês. Houve um caso de um amigo que fez esta dieta durante 3 meses, com algumas variações.

Como praticar esta forma de comer, muito deliciosa, prática e cómoda:

·  Deve ser utilizada como uma ferramenta que nos ajude num momento difícil, porque nos faz fortes;

· É um jejum e não é um jejum, ao mesmo tempo. É um jejum, porque deixamos de comer muitas coisas: vegetais, proteínas animais, fruta, leguminosas, jejuamos de muitas coisas. Comemos apenas cereais integrais ou somente arroz integral. É, portanto, uma monodieta.

·    Não é um jejum, porque estamos comendo, estamos recebendo alimentação. Se ficarmos 3, 4, 5 dias sem comer sólidos, vamos delibitar-nos e, portanto, não nos permite seguir por muito tempo. Aqui, como estamos recebendo algum alimento, podemos fazê-la por mais tempo sem nos delibitarmos e sem o risco de uma desnutrição.

Este tipo de dieta já se recomendava no primeiro livro de medicina da história da humanidade, escrito há mais de 1.500 anos, no tempo do Imperador Amarelo, para as diversas doenças e consistia em fazer uma dieta de 10 dias de cereais e a seguir ir adicionando vegetais cozidos à dieta, sobretudo vegetais de raíz.

É uma dieta de arroz integral, mas podemos utilizar outros cereais: trigo sarraceno, millet, aveia, cevada, milho, trigo (em forma de pão, sapati, bulgur, …).

A ideia é, o conceito é, vamos fazer por 10 dias uma dieta que é depurativa, fortificante, equilibrante, que permite resultados mais rápidos, acelera as curas.

Vamos consumir quase 100% de cereais integrais da melhor qualidade e muito bem preparados, com muito esmero e com muita excelência, com muita atenção, amor, a melhor atenção e a melhor intenção – para produzir um alimento sublime, da melhor qualidade, de grande excelência, de grande poder curativo.

Acreditamos, cremos, partimos do conceito que a nossa fisiologia está desenhada optimamente para uma dieta de cereais. A nossa dentadura tem vários tipos de dentes, mas a maior parte são molares, 70%, que é a proporção que devemos usar de cereais. Se quisermos resultados mais yang, mais potentes, podemos comer 80, 90 ou 100% de cereais. Usamos o arroz integral porque permite limpar o corpo mais rapidamente. O arroz é o “rei dos cereais” é o cereal usado para dietas curativas, o mais usado para depurar o corpo, para desenvolver a sabedoria, a inteligência, porque tem uma energia muito bem equilibrada, está no meio do yin e do yang.

O trigo e o centeio são muito mais yang que o arroz e o milho, a quinoa, a aveia são muito mais yin que o arroz.

O cereal mais centrado é o arroz, sobretudo o arroz integral de grão curto, preparado e mastigado de forma magnífica.

Podemos usar diferentes cereais em cada dia, com todos os cereais, até com o trigo bulgur. Tradicionalmente é com arroz integral, 2 ou 3 vezes por dia, nas refeições principais.

Para não se tornar muito monótono, há que juntar condimentos (não é só arroz, água e sal) que tenham a mesma polaridade do arroz (yang). Os alimentos complementares são yin (vegetais, leguminosas, …).

Assim, podemos usar condimentos que sejam yang: miso, gomásio, um pouco de sementes de abóbora tostadas, um pouco de alimentos crus que sejam yang, raízes que sejam yang: rábano e cenoura ralada.

Podemos utilizar várias formas de cozinhar os cereais: liquidificazê-los, fazer pão, cremes, panquecas, chapatis, bolitos, há muitas variações muito deliciosas para comer e disfrutar os cereais.

Então, a Nº7 yanguiza, e se fôr acompanhada com uma excelente insalivação e mastigação e se fizermos actividade física moderada durante os 10 dias, vamos ter uma transformação da nossa energia de yin em yang:

  •  Debilidade em força
  • Insuficiência em suficiência
  • Confusão em clareza

Vamos transformar a energia do corpo, da mente, a energia emocional – por exº em caso de depressão, se fizermos correctamente a Nº7.

Há que mastigar muito bem, porque mastigar é yang, yanguiza, aumenta a assimilação, melhora a qualidade do sangue muito mais rápido em vez de comermos de forma ansiosa.

Para satisfazer a fome:

·   Usar gomásio, sementes de sésamo, girassol, abóbora ou feijões azuki (que se considera vibracionalmente como cereal). Sete ou oito feijões azuki para que o prato tenha vista e também se adiciona um pouquito de algas, que se cozinham com o arroz ou à parte, salteadas e salgaditas, que então também se consideram yang.

·    O prato do almoço e do jantar fica: cereal integral + uns azukis + um pouco de daikon e cenoura ralados + sementes.

É essencial que se faça jejum intermitente: ficar 12 a 14 horas sem comer nada para que o corpo se limpe e ao pequeno almoço se coma um creme de arroz, passadas as 12 ou 14 horas de jejum intermitente, feito na liquidificadora com água q.b. e condimentado com shoyu ou miso – aquece-se e toma-se como uma espécie de sopa mais espessa. Também se pode acompanhar com um pouco de pão sem fermento.

E assim arranjamos uma série de variações, usando principalmente o cereal integral em grão. Também podemos usar um pouco de pickles, por exº chucrute, como se fosse a parte crua do prato.

Podemos estar assim 1 semana, 2 semanas, 3 semanas, sem fome, comendo 1, 2, 3 taças de arroz, com um pouquito de chá de ervas, mais a actividade física, o estudo dos princípios macrobióticos, das 5 transformações, porque o objectivo da Macrobiótica é que nos transformemos – mas com um plano e um objectivo traçados, para nos orientarmos – a transformação da nossa vida, a transformação de tudo o que é negativo em positivo:

  • Medo – em valentia, autoconfiança, coragem
  • Doença – em saúde infinita~
  •  Debilidade – em força
  • Pequeno Eu – em Grande Eu
  • Tornar a ser o que sempre fomos, seres infinitos, imensamente fortes, sábios, saudáveis
  • E ficar com mais tempo livre para uma série de coisas: meditar, contemplar, visitas, pensar, caminhar, estudar, …

É para a transformação física que serve a Nº7, porque não se consegue só com a visualização, com uma atitude positiva, apenas com a mudança mental, emocional, das crenças, dos conhecimentos, das energias, …

E devemos fazê-la uma ou duas vezes por ano para purificar, desintoxicar, sem passar fome, alimentando-nos unicamente com um só alimento, que é básico, segundo o ponto de vista macrobiótico, para a nossa evolução e perfeição biológica – uma verdadeira catapulta para a transformação da nossa vida.

Uma dieta que nos permite encontrar o caminho … do meio … o equilíbrio.

Quando introduzimos os alimentos complementares sempre nos desequilibramos e temos que nos equilibrar.

É uma dieta muito simples, não é uma dieta drástica (não usar palavras destas).

SIMPLIFICAR = é o caminho da cura

COMPLICAR = é o caminho da doença

Retornar ao alimento básico por 3 a 10 dias.

Usá-lo quando temos uma crise, uma gripe, problemas sentimentais, que nos põe em estado de equilíbrio, de paz interior, depura o corpo, ajusta o corpo, uma ferramenta muito poderosa que ajuda a transformar a nossa vida.

Podemos usá-la uma ou duas vezes por semana, uma semana de seguida, ou um mês seguido.

DEVEMOS DIZER ESTE TIPO DE DIÁLOGO INTERNO PARA NOS MORALIZARMOS:

·      Esta dieta é deliciosa, equilibra-me, depura-me, vou-me motivar; 

·      É muito potente, muito depurativa.

DEVEMOS CUIDAR DAS PALAVRAS E NÃO SOMENTE DA DIETA.

Dr. Martín Macedo, Uruguay

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