Thursday, March 23, 2023

 


DISCIPLINA MACROBIÓTICA

A GRANDE IMPORTÂNCIA DA MASTIGAÇÃO

Por: Martín Macedo

A macrobiótica não é uma dieta no sentido estrito do termo, mas uma simples disciplina quotidiana, que permite fornecer uma grande força ao nosso sistema imunológico.

Esta prática maravilhosa, permite que o praticante macrobiótico fortaleça por si próprio o seu organismo até que a doença seja minimizada até desaparecer.

A saúde é uma força brilhante (yang) – quando esta luz é atenuada, aparece o estado contrário, a doença (yin).

A saúde é a vida, a felicidade e a alegria de viver. É uma grande prenda oferecida aos que se esforçam por alcançá-la e nenhum médico pode dar esta saúde brilhante.

Se não se fortalece a potência vital do doente, toda a cura é efémera e aparente, já que a debilidade subjacente permanece inalterada – portanto se não se transforma a debilidade profunda mediante uma disciplina pessoal e RESPONSÁVEL, a ameaça da doença permanecerá intacta. Por isso a medicina moderna não cura profundamente, porque não fortalece a força vital do sistema imunológico.

Algo parecido acontece com as terapias naturais ou técnicas de cura, se não se acompanharem de uma boa dieta. Quando se corrigem os desequilíbrios energéticos, o paciente sente-se melhor, mas se não tiver fortalecido a sua potência vital mediante uma disciplina pessoal e diária, o seu bem-estar não dura muito e volta a ficar doente pouco tempo depois.

Não existe um método dourado ou milagroso. O único caminho seguro é reforçar o organismo para que derrote uma após outra, todas as tentativas da doença em instalar-se na nossa vida.

Um dos aspectos mais importantes da disciplina macrobiótica é a mastigação. A sua importância é capital. Se não se mastigar muito bem, mesmo os alimentos da melhor qualidade, NÃO FUNCIONAM.

Para curar uma doença, 50% do êxito, depende de se mastigar muito bem. Os carnívoros devoram rapidamente a maior quantidade possível de carne; os herbívoros, mastigam pacientemente o seu alimento. “Quando se mastiga muito bem surge um poder mágico” (William Horace Fletcher, 1849-1919).

A energia de qualquer alimento, é multiplicada quando mais o mastigarmos.

Para nos curarmos mais rapidamente, há que mastigar mais e mais. Está demonstrado cientificamente, que mastigar a fundo fortalece NOTAVELMENTE a potência imunológica e que, além disso, tem um efeito marcadamente REJUVENESCEDOR.

Grandes sábios recomendaram a sua prática. No Evangelho Essénio de João (encontrado nos papiros do Mar Morto nos anos 1950) Jesus disse: “E mastigai bem o vosso alimento com os vossos dentes, de maneira que se liquidifiquem e que o anjo da água os transforme em sangue, no vosso corpo. E comei lentamente, como se fosse uma oração feita ao Senhor”. Leonardo da Vinci, o génio renascentista, recomendava insistentemente a mastigação. O ex-primeiro ministro britânico William Gladstone afirmava: “Não podereis ser um grande homem a menos que mastigueis pelo menos 32 vezes cada bocado”. Mahatma Gandhi ensinou: “Mastiga a tua bebida e bebe a tua comida”.

Nos EUA Fletcher difundiu no início do sec.XX, o maravilhoso poder desta prática. Tendo ficado doente aos 40 anos, estudou a fisiologia da digestão e compreendeu que a saúde começa na boca. Assim, começou a mastigar muito bem os seus alimentos e conseguiu uma grande potência física e entusiasmo pela vida. Destacou-se como atleta e empresário. Criou uma organização para difundir os seus ensinamentos, e teve um brilhante êxito nos EUA, Europa e Japão. O dr. Chittender, professor da universidade de Yale, trabalhou com Fletcher e apoiou o seu trabalho. Faleceu em 1919 e, pouco tempo depois, a sua organização caiu no esquecimento.

Fletcher afirmava que a mastigação aumenta a imunidade, e cura o alcoolismo.

A mastigação é uma questão de HÁBITO. O mercado oferece alimentos tenros, fáceis de comer e que não requerem esforço de mastigação. Assim as pessoas comem em 10 minutos e não “perdem tempo” a comer o seu alimento.

George Ohsawa afirmava que “quem não tem tempo para comer, não merece viver”.

A nossa vida é restaurada diariamente a partir do nosso alimento. Esta transferência de vida a partir do reino vegetal para o reino animal, necessita de um certo tempo, de um certo processo. Ela obedece à ordem natural e nós não podemos pretender acomodá-la às nossas conveniências. Ou se come bem ou não comemos. As meias tintas produzem resultados medíocres.

A digestão dos açúcares (hidratos de carbono) realiza-se na boca e no estômago. O estômago não tem enzimas para digerir o amido (hidratos de carbono) do arroz ou do trigo. A PTIALINA, enzima digestiva presente apenas na saliva, transforma o amido em açúcar simples.

O amido dos cereais deve ser bem triturado, para que a ptialina actue em cada grão de açúcar de cereal. De outra forma o amido vai para o estômago, não é bem digerido e obriga a um tempo gástrico maior e com mais conteúdo de ácido. O alimento mal mastigado, produz excesso de gases e a pressa leva a que comamos demasiado. E isso favorece a obesidade e a diabetes.

O sabor de cada bocado melhora quando as enzimas digestivas presentes na saliva actuam quimicamente sobre o alimento. Quanto mais se mastiga o arroz ou o pão, mais doce é o sabor final. Esse é o verdadeiro doce e não o doce do açúcar refinado, que tem um intenso sabor doce inicial. O verdadeiro alimento tem um sabor doce e delicioso no final.

A maior parte das doenças têm origem por se comer em excesso; a única forma realmente efectiva para controlarmos a avidez e evitar os excessos, é mastigando muito bem.

A única cura para a obesidade, é precisamente aumentar o número de mastigações.

Muitos morreram asfixiados ao tentarem tragar grandes bocados de carne. O homem não deve ser uma besta.

Por outro lado, mastigar fortalece os dentes e as gengivas, pela exercitação e pela libertação de uma hormona que fortalece os dentes.

O efeito rejuvenescedor está demonstrado cientificamente. A PARATONINA, é uma hormona produzida e libertada pelas parótidas, glândulas salivares, situadas no maciço facial por baixo do pavilhão auricular. Esta hormona é absorvida pelos vasos linfáticos da cavidade bucal durante a mastigação, e passa directamente para o sangue, onde realiza a sua acção biológica. Mas se tragarmos rapidamente os alimentos, a parotina vai directamente para o estômago onde é destruída pelo ácido clorídrico. Desta forma perde-se um enorme benefício medicinal.

A parotina estimula o TIMO e aumenta a contagem de linfócitos T, ou seja, que potencia a resposta imunológica. Quanto mais se mastiga, maior é o poder imunológico que temos. É simples e maravilhoso.

Como já dissemos, a parotina rejuvenesce … o dr. Ogata da Escola de Medicina da Universidade de Tóquio, comprovou o efeito rejuvenescedor da parotina. Injectou parotina, obtida a partir de saliva de vaca a um grupo de doentes idosos e, pouco tempo depois, pareciam 10 anos mais jovens!! O efeito da parotina exógena atenuava-se com o tempo e houve alguns casos de alergia à parotina de vaca. É melhor que cada um de nós mastigue bem e absorva altos níveis da parotina endógena para retardar poderosamente o envelhecimento e ter a solidez imunológica maior que sejamos capazes de conseguir …

Agora você já o sabe … agora você pode ter uma grande potência imunológica praticando macrobiótica. Sabendo isto, não tem sentido cair doente. Estando doente não tem sentido continuar doente.

O conhecimento dá-nos liberdade

e a liberdade concede-nos a felicidade.



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