ÁCIDO E ALCALINO: UM RESUMO
Carl Ferré
Herman Aihara desenvolveu
sua teoria do ácido e alcalino em resposta às considerações de Ohsawa sobre o
tema.
Por ter adotado como
critério a presença de certas substâncias nos alimentos ‒ sódio,
cálcio, fósforo, súlfur ‒, Ohsawa designou yin os alimentos ácidos e yang
os alimentos alcalinos. Aihara, suspeitando que o mestre não houvesse alcançado
o essencial, mergulhou em aprofundados estudos e acabou por estabelecer uma
distinção vital entre alimentos ácidos e alimentos geradores de acidez.
De acordo com ele, o
importante era levar em conta os efeitos (acidificantes ou alcalinizantes) de
determinado alimento depois de digerido e assimilado. Aihara constatou que os
alimentos alcalinos apresentam, sem exceção, um efeito alcalinizante, fato que
o levou a denominá-los alimentos geradores de alcalinidade. Com os
alimentos ácidos, contudo, não constatou a mesma relação, pois enquanto uns
apresentam um esperado efeito ácido, outros apresentam um inesperado efeito
alcalino. Estes últimos, embora ácidos, denominou-os também alimentos
geradores de alcalinidade.
Além disso, Aihara
descobriu que há alimentos geradores de alcalinidade de
tendência yin tanto quanto de tendência yang; e há alimentos geradores
de acidez de tendência yang tanto quanto de tendência yin. Carne e
ovos (ambos yang) e laticínios e doces (ambos yin), por exemplo, provocam
acidez.
Advirta-se, finalmente,
que o resumo de Carl Ferré ora publicado trabalha integralmente com as noções
de alimentos geradores de alcalinidade e alimentos
geradores de acidez. (N. do E.)
1. Nossa
saúde está diretamente conectada à condição de nosso meio interno (plasma e líquido
intersticial). E a condição de nosso meio interno é diretamente influenciada
pelos alimentos que ingerimos e pelas atividades que praticamos diariamente.
Embora haja muitos outros fatores envolvidos, o estudo do ácido e do alcalino
mostra-se, no que diz respeito à nossa saúde, particularmente vantajoso.
2. O
processo é realmente muito simples. Nós nos beneficiamos quando nosso meio
interno encontra-se ligeiramente alcalino; e adoecemos quando nosso meio
interno torna-se muito ácido. Quanto mais ácido nosso meio interno, mais
problemáticas as desordens que se nos deparam. E todas as desordens – não
importa a causa – crescem num ambiente ácido. Todavia, tanto os alimentos que
geram alcalinidade, quanto os que geram acidez são necessários para uma
condição saudável – tornar-se muito alcalino, embora raro, também é
prejudicial.
3. Muitos
problemas de saúde, de um pequeno mal-estar a doenças mais sérias, representam
a tentativa do corpo de purificar o meio interno – ingerir, a cada refeição,
mais alimentos que geram alcalinidade do que alimentos que geram acidez
constitui uma estratégia para estimular esse processo. Aumente a proporção de
alimentos geradores de alcalinidade se o meio interno acha-se excessivamente
ácido. Advirta-se que é preferível não ingerir refeições compostas
exclusivamente de alimentos geradores de acidez (ou alcalinidade),
especialmente por um espaço de tempo longo.
4. Grosso
modo, os alimentos podem ser classificados em geradores de acidez e
geradores de alcalinidade considerando-se o teor de proteínas, gorduras e
minerais que apresentam. Alimentos que contêm muita proteína, gordura e
carboidrato provocam acidez, ao passo que alimentos ricos em vitamina e
minerais provocam alcalinidade.
5. Os
alimentos que escolhemos, o modo como os preparamos e comemos refletem
sobremaneira no nosso bem-estar, na quantidade de energia de que dispomos e nas
doenças que porventura venhamos a contrair. A qualidade do nosso meio interno é
de suma importância para a manutenção e restauração de nossa saúde. Ofereço
abaixo sugestões tendo em vista as condições das pessoas.
Para pessoas saudáveis,
considerar a seguinte proporção: 55 a 60% de alimentos geradores de
alcalinidade para 40 a 45% de alimentos formadores de acidez.
Para pessoas com um ou
mais sinais de advertência, tais como fadiga, obedecer a esta proporção até os
sinais desaparecerem: 60 a 65% de alimentos causadores de alcalinidade para 35
a 40% de alimentos provocadores de acidez.
Para pessoas com uma ou
mais desordens já instaladas, observar a proporção que se segue até a
eliminação das desordens: 65 a 75% de alimentos geradores de alcalinidade para
25 a 35% de alimentos geradores de acidez. Para pessoas com doenças sérias ou
que lhes ameaçam a vida, adotar a seguinte proporção até as doenças
desaparecerem: 70 a 80% de alimentos causadores de alcalinidade para 20 a 30%
de alimentos causadores de acidez.
6. O
estudo e o consumo dos alimentos integrais e naturais são determinantes em
nossas vidas. Há uma grande variedade de alimentos saudáveis. Quanto mais
ingerimos vegetais frescos (incluindo vegetais marinhos), conservas produzidas
naturalmente, ervas e especiarias de qualidade inquestionável, grãos integrais,
feijões, nozes, castanhas, sementes e frutas (quando nossa condição assim o
permitir), mais saudável – e equilibrada no que se refere ao ácido e alcalino –
é nossa dieta.
7. Abaixo
segue uma lista de alimentos geradores de alcalinidade organizada por
categorias:
Grãos integrais:
grãos germinados, arroz selvagem, arroz japonês, amaranto e quinoa.
Vegetais:
todos os vegetais orgânicos e frescos, exceto batatas sem casca.
Conservas:
todas as conservas produzidas naturalmente.
Ervas e especiarias:
todas, exceto noz-moscada.
Frutas:
geradoras de alcalinidade para pessoas saudáveis que não apresentam dificuldade
de processar ácidos; geradoras de acidez para pessoas que se encontram doentes
ou apresentam dificuldade de processar ácidos.
Feijões:
brotos de feijões.
Nozes, castanhas e
sementes: germinadas, amêndoas e a
maioria das sementes.
Óleos: óleo
de abacate, óleo de linhaça, óleo de sementes de cânhamo, óleo de oliva.
Alimentos de origem animal:
manteiga clarificada (ghee) e gema de ovo.
Adoçantes:
melaço de alfarroba, mel cru, agave (suco concentrado de cacto), concentrado de
pera e rapadura integral.
Bebidas:
leite de amêndoas não adoçado, kukicha (banchá com os gravetos), suco de grama
de cevada, suco de cenoura, e quase todos os chás de ervas.
METAMORFOSE
YANGUIZAÇÃO RELÂMPAGO DA
CONSCIÊNCIA
Herman Aihara
Se uma condição
ácida inibe a ação dos nervos, uma condição alcalina opera justamente no
sentido contrário, estimulando-a. Quem apresenta uma condição sanguínea
alcalina consegue pensar e tomar decisões com acerto. Quem, por outro lado,
apresenta uma condição sanguínea ácida não é capaz de clareza no pensar nem de
rapidez no decidir. Por conseguinte, é muito importante manter uma condição
sanguínea alcalina – não somente para a saúde física, mas também para a saúde
mental.
A dieta é
fundamental na manutenção da alcalinidade do sangue. Entretanto, ela não mostra
resultados num dia ou dois: seus efeitos só se evidenciam após meses.
Durante
muito tempo busquei um caminho mais rápido – na verdade um atalho – para
transformar uma condição ácida em alcalina. Encontrei-o, finalmente, num ritual
religioso. A religião japonesa autóctone, o shintoísmo, recomenda firmemente o
ritual “misogi”, que consiste na imersão do fiel nas águas gélidas de um rio,
cachoeira ou oceano.
O banho
frio eleva-nos a
consciência e fortalece-nos as funções cerebrais. Quando me vejo vítima de um
tirânico desejo por certos alimentos, tomo uma ducha fria e a atração
dissipa-se imediatamente! A ducha fria brinda-nos com uma força de vontade
inabalável e desenvolve-nos a capacidade de julgamento. A razão para isso está
em que a ducha fria torna o sangue alcalino, ao passo que o banho quente o
torna ácido.
Recomendo
duchas frias aos indivíduos com problemas na vida ou na família, aos muitos
estressados e aos que desejam desenvolver o julgamento, objetivando, sobretudo,
uma visão abrangente da vida e um agir criterioso.
A melhor
hora para tomar a ducha é ao romper do dia. É necessário continuar por
cerca de dez dias para que os sinais de fortalecimento da vontade apareçam.
Quando
tomar a ducha fria não comece pela cabeça, mas siga a seguinte
sequência: pernas, abdômen, tórax, ombro direito, dorso e ombro esquerdo;
gire então no sentido horário e, por último, banhe a cabeça.
Aqueles com fraqueza
cardíaca devem tomar cuidados e observar detalhadamente as reações. Cautela,
portanto!
IN: METAMORFOSE
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